[Bucephalus]

Olhei o texto original (está aqui: http://mobile.nytimes.com/2016/05/13/opinion/making-brazils-political-crisis-worse.html?rref=collection%2Ftimestopic%2FRousseff%2C%20Dilma&action=click&contentCollection=timestopics&region=stream&module=stream_unit&version=latest&contentPlacement=7&pgtype=collection&_r=0&referer=http://www.nytimes.com/topic/person/dilma-roussef ). Não tem a frase entre aspas citada pelo Globo. Diz sim que a prática das pedaladas já foi usada por outros presidentes, mas esquece de citar quantias. Faz igual ao PT: diz que não está errado, e quando fica provado que está, diz que todo mundo sempre fez.

"But Ms. Rousseff is poised to pay a disproportionately high price for administrative wrongdoing while several of her most ardent detractors stand accused of more egregious crimes."

Tá lá no último parágrafo.


E a discussão sobre a punição ser justa ou válida é uma discussão circular que dá voltas e retorna para o início dependendo da inclinação da pessoa em ver as coisas. Pessoas como eu (e o Glenn Greenwal, o New York Times, a BBC, o The Guardian, a CNN, e o El País) conseguem ver claramente que a punição não é motivada por fins de justiça ou manutenção da boa política. É só político fazendo politicagem em um país que é politicamente estável e que não sabe fazer democracia, como o Brasil. Para outras pessoas a situação é mais simples, eles simplesmente vêem um crime sendo cometido, a punição como justa, e não enxergam as consequências anti-democráticas desses fatos.

Ninguém lá fora está batendo palmas para o Brasil como se nós estivéssemos fazendo algo fantástico. Cientistas políticos, autoridades estrangeiras e jornalistas internacionais estão balançando a cabeça negativamente pro quanto esse país é um faroeste e qualquer um pode tomar o poder.

[felipemendes]

"But Ms. Rousseff is poised to pay a disproportionately high price for administrative wrongdoing while several of her most ardent detractors stand accused of more egregious crimes."

Tá lá no último parágrafo.


E a discussão sobre a punição ser justa ou válida é uma discussão circular que dá voltas e retorna para o início dependendo da inclinação da pessoa em ver as coisas. Pessoas como eu (e o Glenn Greenwal, o New York Times, a BBC, o The Guardian, a CNN, e o El País) conseguem ver claramente que a punição não é motivada por fins de justiça ou manutenção da boa política. É só político fazendo politicagem em um país que é politicamente estável e que não sabe fazer democracia, como o Brasil. Para outras pessoas a situação é mais simples, eles simplesmente vêem um crime sendo cometido, a punição como justa, e não enxergam as consequências anti-democráticas desses fatos.

Ninguém lá fora está batendo palmas para o Brasil como se nós estivéssemos fazendo algo fantástico. Cientistas políticos, autoridades estrangeiras e jornalistas internacionais estão balançando a cabeça negativamente pro quanto esse país é um faroeste e qualquer um pode tomar o poder.

Realmente está lá. Há uma interrupção no texto, e não percebi que continuava depois.

Sobre balançar a cabeça negativamente, tenho notado, mas não é somente pelo impeachment, mas sobre toda a situação. Sobre o rombo nas contas, sobre os escândalos de corrupção. E, sim, sobre o impeachment também.

[angelo di candia]

 
alguém pode explicar pq a globo exibiu "entrevista com o vampiro" no lugar do fantástico hj?

    

 

[Bucephalus]

O que eu tenho visto eh uma reacao negativa a tudo; tem um artigo novo do NYT falando que os 500 membros do congresso sao inclinados a corrupcao e um deles eh um palhaco:
http://www.nytimes.com/2016/05/15/world/americas/brazils-most-entertaining-show-may-be-congress.html?_r=0

O foco de todo o negativismo, pelo que tenho visto, eh no quanto esse movimento de impeachment foi oportunista, anti-democratico e conduzido por pessoas com acusacoes ainda mais graves que aquelas apresentadas contra a Dilma. Nao vejo materias de sites estrangeiros exaltando o quanto cheio de justica o sistema politico brasileiro eh; muito pelo contrario, eles estao apontando o quanto a punicao nao cabe ao crime cometido e o quanto os motivos para o impeachment foram outros.

[angelo di candia]

 
- o senhor seria candidato a eleição em 2018?

- xiii posso não, mocinha.. é que tô com uns probleminhas na minha ficha...

  

[angelo di candia]

- vou convocar minha mulher Marcela para 'exercer toda a área social' em meu governo. ele é muito preocupada com os mais necessitados, sabe?

- então ela vai distribuir bolsa-família, recatada e do lar? ou vai recriar a LBA?

[angelo di candia]

 
- mas presidente, seu ministério tá lotado de gente da lava-jato ganhando foro privilegiado de bandeja.. e se um deles virar RÉU?

- ah, minha filha, aí eu penso o que faço..


  

ps: e esse trecho rolou, não é ficção...

  

[angelo di candia]

mas uma coisa eu achei bonito ele concordar, um momento honesto e inverossímil demais pra um usurpador como o nosso chefe assumir justamente na rede golpe de televisão: ele será impopular.

que bom que ninguém precisa avisar, ele já sabe...

  

o que ele não sabe, ainda, é q ele será o repeteco do café filho..

[Bucephalus]

The Feel of Bespoke Suits
On the crisis in Brazil

FROM A DISTANCE, the causes of the Brazilian crisis seem obvious. A corrupt government, after fourteen years in power, begins to suffer the consequences of erratic policies: a deep recession follows, and protesters then take to the streets to overthrow the government. This explanation isn’t so much unfounded as insufficient. The government is corrupt, but so are all the other parties. The economy is in recession, but there have been other periods of turbulence in the past, and not all of them led to a coup. Protesters are on the streets, yet they make up a small demographic, and are unrepresentative of the larger population.

De longe, as causas da crise brasileira parecem óbvias. Um governo corrupto, após 14 anos no poder, começa a sofrer as consequências de estratégias errôneas: uma profunda recessão ocorre, e manifestantes vão à rua para derrubar o governo. Essa explicação não só é descabida como é insuficiente. O governo é corrupto, mas todos os outros partidos também são. A economia está em recessão, mas o país já passou por momentos de maior turbulência no passado, e nenhum deles originou um golpe. Manifestantes estão nas ruas, mas eles são somente uma pequena parte da população, e não representam a maioria da população.


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Êta vergonha gigante de um país cuja boa parte da população e da opinião pública está comemorando o atual momento como sendo uma conquista fantástica enquanto todo mundo lá fora está vendo as coisas de maneira bem diferente.

[felipemendes]

Êta vergonha gigante de um país cuja boa parte da população e da opinião pública está comemorando o atual momento como sendo uma conquista fantástica enquanto todo mundo lá fora está vendo as coisas de maneira bem diferente.

Não acho que pessoas estejam comemorando, não; mas pode ser que eu esteja errado. Me parece que algumas pessoas têm mais esperança agora, ao passo que outras parecem mais desanimadas. Mas isso é somente minha percepção.

Algumas coisas me parecem que estão sendo feitas na direção certa: diminuição do número de ministérios e cargos comissionados, avaliação das reais condições fiscais do país antes de se propor nova meta fiscal. Se tudo isso vai reverter em benefício ao país, temos que esperar pra ver. Mas com o governo anterior, toda e qualquer nova proposta estava me parecendo estapafúrdia.

Conhece o problema de Monty Hall? Você está em um programa de auditório, e tem que fazer uma escolha entre três portas pra encontrar um prêmio. Daí, você escolhe uma. Antes de abrir, o apresentador abre uma porta que não é a que você escolheu, e não há prêmio ali. Depois ele lhe pergunta se você mantém sua escolha ou muda de porta. O que você faz?

Pela matemática, a maior chance de acertar é mudando de porta, embora isto seja contra-intuitivo e pareça ilógico. Mas é assim.

Vivemos momento parecido. A porta que está aberta diante de nós não traz nenhum prêmio. Ou continuaríamos com a porta que escolhemos por mais dois anos, ou mudaríamos. Por incrível que pareça, a chance de sucesso aumenta com a mudança.

[angelo di candia]

Algumas coisas me parecem que estão sendo feitas na direção certa: diminuição do número de ministérios e cargos comissionados, avaliação das reais condições fiscais do país antes de se propor nova meta fiscal.

Conhece o problema de Monty Hall? Você está em um programa de auditório, e tem que fazer uma escolha entre três portas pra encontrar um prêmio. Daí, você escolhe uma. Antes de abrir, o apresentador abre uma porta que não é a que você escolheu, e não há prêmio ali. Depois ele lhe pergunta se você mantém sua escolha ou muda de porta. O que você faz?

Pela matemática, a maior chance de acertar é mudando de porta, embora isto seja contra-intuitivo e pareça ilógico. Mas é assim.

Vivemos momento parecido. A porta que está aberta diante de nós não traz nenhum prêmio. Ou continuaríamos com a porta que escolhemos por mais dois anos, ou mudaríamos. Por incrível que pareça, a chance de sucesso aumenta com a mudança.

permita-me discordar de vc, felipe. a meu ver (e me parece, já é opinião de meio mundo afora) o governo golpista teve inúmeras oportunidades de produzir mudanças - mas só sinalizou cagadas. as mudanças que produziu são um museu de grandes novidades.

o golpe vinha sendo gestado por temer no mínimo desde agosto do ano passado. ele teve tempo demais pra trazer o dado novo, a mudança, a união.. mas NENHUMA de suas ações teve sequer a representatividade disso.

reduzir 10 ministérios criando secretarias pra mesmo fim, não é reduzir ministérios. e ocupá-los de homens, brancos, corruptos em sua maioria, investigados por crimes os mais diversos - não me sugere nenhuma mudança - nem a mim, nem ao resto do mundo.

anunciar que vai reduzir 4000 cargos comissionados, ok, ótimo.. mas só em dezembro?? estamos em maio! pq não agora? se já vinha armando o golpe há quase 1 ano...

vamos completar uma semana e ainda não há presidente do banco central, do BB, da caixa, etc..

vamos completar uma semana e não temos uma mulher, um negro - e veja, estamos em 2016! alguém precisa avisar a UDN que não é mais 1954, 1964!!

o serra já fez uma imensa cagada com 6 países latinoamericanos - às favas com a diplomacia, e pra quê?

o ministro da justiça (cara afeito a mandar descer a porrada em estudante) já deu uma entrevista pra lá de polêmica, querendo mexer nas regras atuais da PGR, querendo extinguir a CGU, acabar com a independência do MPF, afirmando que "nenhum direito é absoluto", etc etc..

é esse o governo que vai acabar com a corrupção?

o presidente dá um jantar pro ministro gilmar mendes (aquele, bancado pelo PSDB), no dia em que ele "suspende" todas as investigações contra o líder do partido - citado em 6 delações e com desvios de conduta largamente conhecidos.

enfim: um governo ilegítimo (essa é a leitura geral no mundo civilizado, ainda que vc duvide dela) que só produziu, como era de esperar, retrocesso.

de resto, preciso dizer que achei por demais interessante sua análise reducionista do impasse democrático (impasse que vivemos ainda) a uma elucubração matemática.

uma pena que a democracia não viva de estatísticas...

abraço,
 

[vangelismm]

Por isso que os políticos fazem o que querem, tem gente que acredita mesmo que essa redução de ministérios tem efeito nas finanças do governo.

[felipemendes]

permita-me discordar de vc, felipe. a meu ver (e me parece, já é opinião de meio mundo afora) o governo golpista teve inúmeras oportunidades de produzir mudanças - mas só sinalizou cagadas. as mudanças que produziu são um museu de grandes novidades.

Sem problemas, Angelo. Pode discordar, desde que o façamos com civilidade.

Eu só estou acompanhando a política de longe nos últimos dias. Mas me parece injusto dizer que o governo atual (ignorei o "golpista", pois isto é sua opinião) já teve inúmeras oportunidades, sendo que a presidente anterior saiu do governo há 5 dias.

Também me parece bastante anti-patriótica a recusa em informar em que ponto estão as contas públicas. Alguém que deseja o melhor para o país não tem este tipo de atitude, ainda que tenha sido afastada do cargo (isto é minha opinião).

Eu não sei o que vai acontecer. Mas do jeito que estava, acho que não dava pra ficar.

Abraço.

[jesieltrevisan]

Novamente com esse papo de golpe?

Que golpe?

Todos os passos dados foram dentro da constituição e da legitimidade da democracia, que golpe é esse?
Um golpe com aval do supremo, que passa pelo congresso, que passa pelo senado?
Que golpe é esse?

As pedaladas fiscais em nome do crescimento do país? Que crescimento? Os dos 11% de desemprego? Ou os R$ 120 bilhões negativo ? Vai imprimir dinheiro?

Sabe quem vai pagar a conta destes 120 bilhões?
Todos nós... os coxinhas e os mortadelas.

Para concretizar o afastamento da Dilma ou de quem quer que fosse precisa de duas coisas:

1) Motivo Jurídico
2) Motivo Político

Estes são os requisitos, nem um.... nem outro... é preciso ter as coisas coisas... POLITICO + JURÍDICO

FATOR JURÍDICO - FATOR POLITICO = Se Dilma fosse forte politicamente, o país estivesse crescendo, se ela tomasse Whisky com o clube do bolinha da podridão, se a popularidade dela fosse muito alta --> Poderia existir o fator jurídico ali provado com A+B que ela roubou que simplesmente a casa não iria passar o processo  para frente, aliás, Cunha nem teria aceitado. Em outras palavras, se todo mundo estivesse comprado e bem pago... ninguém iria tirar ela.

FATOR POLITICO - FATOR JURÍDICO = Todo mundo poderia odiar a Dilma, ela poderia não ter base política nenhum, o país poderia estar no caos.... se não existisse prova jurídica de crime... ela não cairia pois não existiria provas.

POLITICO + JURÍDICO = Impeachment

Eu não entendo.

Temos que agradecer ao PT e a incompetência de articulações políticas da Dilma, isto trouxe a tona toda esta podridão e dança das cadeiras.

Vocês queriam o que?

Tomar a pílula Azul e continuar na Matrix? Mantendo toda esta podridão a nossas custas?



Desde os 7 x 1 em cima do Brasil o recado já esta dado... isso aqui está podre... arregacem as mangas e trabalhem para melhorar o país.

[angelo di candia]

claro, felipe. estamos aqui a expressar nossas leituras, nossas opiniões. gosto de expor as minhas na medida que julgo certa, sem eufemismos.

aguardemos então os próximos atos desse "novo" brasil.

abs,