Não tirando a culpa da falta de bom senso da convidada, no meu entendimento o fotógrafo era inexperiente. Provavelmente foi traído pelo produto do preciosismo da lente fixa (x) o fascínio pelo bokeh... Estava com uma lente fixa, o que limita seus posicionamentos e de grande comprimento focal, o que o coloca longe do quê está fotografando.
Com espaço de sobra entre ele e o assunto, não é difícil de que alguém inadvertidamente, sem vê-lo, achando que o "enquadramento" está livre, entre na frente. É comum de ocorrer até entre equipes de fotógrafos e cinegrafistas acostumados a trabalharem juntos. Eu, cada vez mais, nas cerimônias, tenho optado pela versatilidade que pela qualidade extrema; a bola da vez no meu set é uma 24-120 F/4VR se for entregar um álbum até A4 de lâmina dupla. Já se for entregar um A3 me sinto mais confortável de trabalhar com a 28/24-70 mais a 85 1.4 ou a 150 2.8 (Sigma) se o púlpito/altar for grande no segundo corpo. Recentemente uma noiva chegou quase uma hora e meia atrasada e a cerimônia foi bem corrida, usei a Nikon 28-70 em um corpo e a Nikon 24-120 no outro e foi muito sossegado. Só tive alguns problemas com posicionamento de flashes, que precisavam ser reposicionados "a jato" e às vezes os assistentes batiam cabeça.
Mas isso também já estou modificando, encomendei um Cabo TTL da Godox, vou jogar o Transmissor dos flashes para um bracket lateral pelo cabo e usar a sapata que sobra em cima para deixar um SB-900 "apagado". Nesses momentos, se acontecer de enrolar, uso a boa e velha técnica de rebater luz no teto, no rebatedor de catchlight... e aproveito para fazer um jogo qualquer, criativo, com o iluminador do cinegrafista.
Sobre lidar com os convidados, eu sempre tomo a iniciativa de antes da entrada da noiva, me apresentar pelo microfone da igreja/salão e pedir gentilmente que evitem projetar seus equipamentos à frente do corpo na entrada dos padrinhos/noivos e principalmente durante a cerimônia (nunca peço para ninguém fazer isso - principalmente cerimonialistas e diáconos - pois tem gente que é grosseira por natureza, e recairá sobre mim a impressão que a pessoa que falou deixar).
Em contrapartida, quando estou fazendo as fotos posadas sempre chamo o pessoal que gosta de fotografar para vir fotografar comigo, deixo a modelagem dos flashes ligadas e dou um tempo depois de fazer a minha foto para o pessoal fazer suas próprias fotos com seus celulares, além de rolarem umas poses inusitadas, porque tem casais que ficam mais à vontade rodeados dos parentes e dos amigos, gera um clima de descontração, e deixa a meu respeito uma impressão simpática. Afinal cada trabalho que fazemos é uma vitrine para novos clientes.