Ótima discussão. Acho que praticamente todos no mundo da fotografia passam por isso.
Particularmente me identifico bastante com o que o Banzai escreveu. Até por gostar de viagens e fotografar, e sonho também fazer disto um estilo de vida.
Obviamente, falar é muito mais fácil que pôr em prática, porém tenho tentado identificar alguns fatores que, sob minha perspectiva, são essenciais para atingir os resultados que gostaríamos (aqui muito mais voltado para fotografia documental, de viagens, do que fotografia comercial).
Ultimamente tenho lido livros e assistido a entrevistas e documentários onde busco alguns pontos que imagino eu serem decisivos nos trabalhos daqueles que admiro e que leva ao diferencial daquele fotógrafo.
As variáveis são inúmeras, com certeza, mas uma coisa que cada dia estou mais certo de que é necessário para atingirmos um patamar diferenciado é, de fato, imergir no ato de fotografar. Se estamos viajando, por exemplo, e a fotografia for apenas um apêndice da viagem, dificilmente obteremos êxito. Demais coisas devem ser deixadas de lado e a fotografia deve ocupar 100% do objetivo, indo atrás do não usual, interagindo com as pessoas locais, conhecendo sua cultura e tentando fazer parte dela.
Uma analogia parecida é por exemplo fazer fotografia de rua enquanto você passeia pela cidade com a esposa/namorada, é muito mais díficil pois o foco está dividido.
Somado a isto, também acredito ter um papel importante a dedicação e a busca pelos lugares menos acessíveis, ou que se exige maior dedicação para conseguir acesso (não apenas físico ou geográfico, mas também o acesso às pessoas a serem fotogradas. Visitar uma tribo remota durante um dia e fotografá-los não atingirá o mesmo resultado que passar duas semanas e se aproximar deles, quebrar a barreira entre camera e fotografado).
Por último, também considero importante termos um norte, para assim caminharmos em uma direção quanto ao que buscamos com a nossa fotografia. Seja através de projetos mais amplos (por exp os de Sebastião Salgado) ou mais específicos, ou até mesmo uma linguagem própria (como as fotos com baixa velocidade de shutter da PrisWerso, ou as fotos feitas com pinhole pelo Croix, para citar alguns usuários aqui do fórum, mas temos muitos outros exemplos aqui mesmo).
Muitos trabalhos importantes feitos na fotografia tem sua importância pois pertencem a um contexto maior. Exemplo o livro Americans, do Robert Frank. Isoladamente as fotografias dificilmente alcançariam a representatividade que o conjunto do trabalho alcançou.
Enfim, já escrevi demais
e nem deveria pois estou em horário de trabalho
Espero que não tenha ficado confuso mas caso esteja por favor me avisem que tentarei tornar mais claro.
Vou acompanhar o tópico pois acho que esta discussão pode ser muito interessante.