Autor Tópico: O lixo fotográfico digital  (Lida 9376 vezes)

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Resposta #60 Online: 21 de Julho de 2017, 15:40:00
Penso parecido, Bucephalus.. Até por que a quantidade traz mais qualidade.. Não diretamente. Mas imaginem quantas pessoas "tomam gosto" pela fotografia através de seus celulares e aplicativos de filtros e instagram do fulano ou cicrano... Alguns poucos desses vão se aprofundar, estudar e consequentemente passar a produzir materiais melhores...
O excesso.. O "lixo".. Bom isso será descartado com o tempo..

Penso diferente. O ecesso acaba subvalorizando e reduzindo os padroes de qualidade dominado pelo o que a maioria faz. Alem de fazer com que fique mais dificil de achar algo melhor, que se destaque, na penera (se chegar a cair algo na sua penera dentre esse mar de informacao).

A democratizacao da fotografia eh otimo para as pessoas, para a sociedade, para as empresas de comunicacao e de fotografia, para a economia muit provavelmente, para os entusiastas, para brincar, para muita coisa. Mas para o mundo da arte, quanto mais facil acesso e o processo de algo, menos tende a ser valorizado. E quando tudo passa a ser arte, a arte ja nao existe mais.

Veja que ja eh sabido por todos nos que as pessoas ja nao valorizam tanto o fotografo, mas sim o equipamento ao qual tendem a dar o credito a boas fotos. As pessoas tendem a perguntar "qual foi a camera" antes de perguntar "quem foi o fotografo".

Mas nada eh 100% bom e provavelmente nada eh 100% ruim. Tudo tem suas qualidades e defeitos, nem que seja 0.5%

O mundo nao eh preto e branco. O mundo eh um HP5, ou seja com uma grande gama de cinza para vc criar seu contraste nos pontos que te agradam.


Bucephalus

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Resposta #61 Online: 21 de Julho de 2017, 22:24:01
Todas essas imagens que vc e o livro se refere, obviamente nao sao clicks atoa qualquer, nao sao varias fotos do fotografo fazendo selfies na frente do espelho nas mais variadas posicoes, angulos e caretas. Nao sao fotos do machucado, da chuva ou da carroca para mostrar para ficar mostrando para todos seus amigos. Mas sim sao fotos de muitas familias que queriam ter seus retratos, de muitas empresas que queriam ter tambem seus retratos, de muitos fotografos que queriam fazer algo memoravel ou que estavam experimentando o processo.

Aí que você se engana. De acordo com o livro, muitos daguerrótipos da época eram experimentos. Pessoas sem nenhuma inclinação artística prévia começaram a usar o método para fazer as fotos mais inanes que você puder imaginar.

Aliás, um dos argumento do autor, é que pintores só pintavam coisas com "importância". Apesar do processo daguerrótipo ser difícil, ele é milhões de vezes mais prático do que pintar uma tela com nível similar de realidade. Portanto, pintores não perdiam tempo fazendo quadros retratando paredes, rodas de carroças, objetos em uma mesa; eles pintavam retratos de pessoas importantes, de grandes paisagens, de cenas de batalhas épicas (de forma bem romantizada e diferente da realidade).

Esses novos fotógrafos, por outro lado, começaram a fazer fotos em que os assuntos principais eram coisas supérfluas do dia-a-dia. Membros da família que eram pessoas comuns; suas residências, que eram ordinárias; as ruas onde moravam. Qual a diferença disso para as fotos que as pessoas fazem hoje em dia com seus celulares? A única diferença é a escala, onde todo mundo tem um celular e o volume de produção de imagens é maior. Mas ambas gerações estão produzindo imagens com o mesmo nível de importância.
« Última modificação: 21 de Julho de 2017, 22:35:37 por Bucephalus »


Bucephalus

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Resposta #62 Online: 21 de Julho de 2017, 22:33:15
Quem disse esperar que todas as imagens produzidas sejam historicas? Acho que ninguem aqui no forum fez qualquer imagem historia a nao ser historica para a vida deles e de seus parentes, clientes e amigos.

Ninguém disse isso, nem mesmo eu! Eu disse que boa parte das 3 milhões de imagens de 1853 não eram "historicas e/ou de alta importancia e/ou de grande significado". Acho que a picuinha do autor do tópico é com esse dilúvio de imagens digitais, quando a fotografia por si mesma, desde a época do daguerrótipo, nunca foi um meio de alta produção de imagens com valor artístico e/ou histórico.

Foi isso o que eu disse, e não que o dever dos fotógrafos é de criar imagens de qualquer importância. Minha opinião é exatamente o oposto: não acredito que a fotografia, por sua natureza e pelas evidências deixadas ao longo de 150 anos, é um método que produz um grande volume de produtos de qualquer importância. E eu não me importo com isso; eu adoro esse aspecto democrático da fotografia. Todo mundo produz e divulga fotos hoje em dia, e acho isso incrível. A linguagem oficial da internet não é o inglês, é a fotografia (e o vídeo).


Bucephalus

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Resposta #63 Online: 21 de Julho de 2017, 22:38:01
Penso parecido, Bucephalus.. Até por que a quantidade traz mais qualidade.. Não diretamente. Mas imaginem quantas pessoas "tomam gosto" pela fotografia através de seus celulares e aplicativos de filtros e instagram do fulano ou cicrano... Alguns poucos desses vão se aprofundar, estudar e consequentemente passar a produzir materiais melhores...

Eu vou além disso. Acho que a crítica negativa à popularidade da fotografia digital vem de pessoas que se acham as donas da bola, e querem reter o monopólio da fotografia. Daí esse pensamento de "eu e meus colegas fazemos fotografia; as outras pessoas só produzem lixo".


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Resposta #64 Online: 22 de Julho de 2017, 08:11:12


Penso diferente. O ecesso acaba subvalorizando e reduzindo os padroes de qualidade dominado pelo o que a maioria faz...
Transfere esse pensamento pro futebol, Croix... Os países que mais produzem bons jogadores são os que tem mais times/jogadores, onde a população mais joga bola.. Dessa forma, se o sujeito quiser se destacar terá que se esforçar demais..
Na fotografia tenho em minha sogra o grande exemplo.. Ela é daqueles fotografadores compulsivos.. E ela sempre diz "essas aqui eu tirei só pra registrar mesmo"... "Quando o Fernandinho vai.. aí é outra coisa" - ela me chama de Fernandinho... Então eu acredito que a maioria da população produtora do dito "lixo fotográfico" entende que os fotógrafos fazem algo diferenciado. Só talvez não estejam sempre dispostos a pagar, pois às vezes é só mero registro mesmo.


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Resposta #65 Online: 22 de Julho de 2017, 18:51:11
Aí que você se engana. De acordo com o livro, muitos daguerrótipos da época eram experimentos. Pessoas sem nenhuma inclinação artística prévia começaram a usar o método para fazer as fotos mais inanes que você puder imaginar.

Aliás, um dos argumento do autor, é que pintores só pintavam coisas com "importância". Apesar do processo daguerrótipo ser difícil, ele é milhões de vezes mais prático do que pintar uma tela com nível similar de realidade. Portanto, pintores não perdiam tempo fazendo quadros retratando paredes, rodas de carroças, objetos em uma mesa; eles pintavam retratos de pessoas importantes, de grandes paisagens, de cenas de batalhas épicas (de forma bem romantizada e diferente da realidade).

Esses novos fotógrafos, por outro lado, começaram a fazer fotos em que os assuntos principais eram coisas supérfluas do dia-a-dia. Membros da família que eram pessoas comuns; suas residências, que eram ordinárias; as ruas onde moravam. Qual a diferença disso para as fotos que as pessoas fazem hoje em dia com seus celulares? A única diferença é a escala, onde todo mundo tem um celular e o volume de produção de imagens é maior. Mas ambas gerações estão produzindo imagens com o mesmo nível de importância.

Como vc mesmo disse (e se eu nao me engano eu tambem disse), faziam muitos experimentos.

Primeiro pq foi o apce que algo pode chegar a reproduzir fielmente uma representacao da realidade. Se ate hoje ainda eh, imagine para a epoca em que fotografia ainda era algo novo. Foi a fotografia daguerreotipa que colocou a fotografia pela primeira vez no mundo comercial, ou seja, o primeiro processo fotografico que se tornou disponivel para o pulico. Entao a curiosidade era enorme a todos.

Segundo pq quase todos tinha que fazer varias vezes uma foto para acertar a exposicao. Na epoca nao tinha medidor de luz e nem Sunny 16 rule. Era fazendo varias imagens e ir comparando ate atingir a exposicao ideal ou mais aceitavel.

Tambem concordo que muitas pessoas que nao eram fotografos se interessavam pela coisa, pq realmente era uma novidade que impressionava, as pessoas queriam ver como faziam a representacao de algo aparecer em um espelho e parecer tao vivo. Ou seja, em geral as pessoas estavam mais interessados em ver a coisa acontecer antes de mais nada. Queriam ver como as coisas ficavam na foto, no processo.

O proprio Daguerre nao era bem um fotografo mas um quimico. Ele buscou tal processo como forma de ganhar dinheiro e nao por motivos artisticos.

Ja nada disso se compara com as centenas de fotos que um unico individuo faz so para ver como esta o cabelo, para ver se consegue fazer olhares mais sexy, para fazer comentario atoa de algo atoa em midia social, para manter o instagram ativo mantedo ou atraindo mais seguidores. As pessoas hoje nao fazem fotos para experimentar, para descobrir uma novidade, para aprender como um processo quimico cria uma reproducao tao viva, para acertar uma foto ou para ver como fica fotografado. As pessoas hoje fotografam para criar conteudo e consequentemente consegurem ter atencao em midias sociais. Principalmente conteudo sobre si mesmos, buscando se super valorizar para si e perante os demais.

Olha, nem eu fazendo fotos de rua com filme 35mm, que eh a maior comodidade diante do trabalho que da para se preparar um prato daguerreotipo e depois revelar em vapor de mercurio, conseguiria criar mais lixo visual do que eu e qualquer um cria com fotografia digital, principalmente celular.


Ja a comparacao com pintura eu nao vejo muito sentido. Daguerre procurou desenvolver a fotografia que fosse permanente e buscasse uma representacao mais realista possivel (o que nao eh realmente sinonimo de fotografia fiel, mas isso eh outro assunto) e nao algo que fosse pratico, pq pratico e facil nao era. Mas mesmo assi, na fotografia qualquer um que pudesse manipular as ferramentas poderia reproduzir tal imagem realista, mesmo que a foto seja ruim. Ja pintura, por outro lado eh coisa que somente pintores com muita pratica de dedicacao pode fazer buscando uma representacao da realidade visivel. Principalmente para a epoca pre expressionista em que pintura era somente para pintores, pessoas que haviam estudado o oficio, e nao entusiastas interessados em processos tecnologicos.


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Resposta #66 Online: 22 de Julho de 2017, 19:06:03
Transfere esse pensamento pro futebol, Croix... Os países que mais produzem bons jogadores são os que tem mais times/jogadores, onde a população mais joga bola.. Dessa forma, se o sujeito quiser se destacar terá que se esforçar demais..
Na fotografia tenho em minha sogra o grande exemplo.. Ela é daqueles fotografadores compulsivos.. E ela sempre diz "essas aqui eu tirei só pra registrar mesmo"... "Quando o Fernandinho vai.. aí é outra coisa" - ela me chama de Fernandinho... Então eu acredito que a maioria da população produtora do dito "lixo fotográfico" entende que os fotógrafos fazem algo diferenciado. Só talvez não estejam sempre dispostos a pagar, pois às vezes é só mero registro mesmo.
Concordo, a maioria absoluta  faz e sabe que faz foto por mero registro mesmo.
Eu mesmo fiz 3 fotos no celular hoje. Uma da janela do trem so para ver a paisagem que eu estava vendo na foto ali mesmo, e nao para ver depois ou guardar, mas acabo guardando por preguica de deletar. Outra de uma cemafoto com formato de coracao, para compartilhar no facebook, mas acabo sempre esquecendo de compartilhar o que fotografo, e a ultima foi para mostrar minha cara para uma amiga no whatsapp. Todas as tres sao lixo digitais que fiz por mero registro.


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Resposta #67 Online: 22 de Julho de 2017, 19:08:29
Ninguém disse isso, nem mesmo eu! Eu disse que boa parte das 3 milhões de imagens de 1853 não eram "historicas e/ou de alta importancia e/ou de grande significado". Acho que a picuinha do autor do tópico é com esse dilúvio de imagens digitais, quando a fotografia por si mesma, desde a época do daguerrótipo, nunca foi um meio de alta produção de imagens com valor artístico e/ou histórico.

Foi isso o que eu disse, e não que o dever dos fotógrafos é de criar imagens de qualquer importância. Minha opinião é exatamente o oposto: não acredito que a fotografia, por sua natureza e pelas evidências deixadas ao longo de 150 anos, é um método que produz um grande volume de produtos de qualquer importância. E eu não me importo com isso; eu adoro esse aspecto democrático da fotografia. Todo mundo produz e divulga fotos hoje em dia, e acho isso incrível. A linguagem oficial da internet não é o inglês, é a fotografia (e o vídeo).
Entendi agora.
Eu concordo com o que vc diz aqui.


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Resposta #68 Online: 22 de Julho de 2017, 19:34:14
Eu vou além disso. Acho que a crítica negativa à popularidade da fotografia digital vem de pessoas que se acham as donas da bola, e querem reter o monopólio da fotografia. Daí esse pensamento de "eu e meus colegas fazemos fotografia; as outras pessoas só produzem lixo".

Eu tambem concordo com isso.

A maneira que eu vejo eh que muitas pessoas buscam fazer algo como forma de se dar uma identidade, como forma de se sentir a parte, diferente, destaque das demais pessoas e nao se sentir apena um qualquer um ou um Ze ninguem. E por isso sentem que perde um pouco de sua personalidade, identidade, destaque, individualidade, etc, quando ve que muitas pessoas estao fazendo o mesmo.

Anos atras, a mulher que alugou a casa onde eu morava dizia que pintava antes. Quando eu perguntei pq ela nao pinta mais, ela respondeu que era pq todo mundo agora estava pintando e que por isso tinha perdido a graca.

Pense quantas pessoas vc ja nao conheceu que perdeu o gosto por algo por ter virado modinha.

E eu acho que isso eh coisa do ser humano, pq mesmo aqueles que nao abandonam uma atividade que virou modinha, eles ainda procuram fazer diferente dos demais, as vezes copiando alguem que seja referencia de qualidade, sucesso ou de certas caracteristicasna area, outras vezes buscando esquecer de todos e focado apenas no proprio trabalho, buscando desenvolver algo so seu. Algo que todos fazem mas ele faz diferente e assim reconquista a sua individualidade, personalidade, destaque, identidade, etc.


Veja que interessante. Vivemos em uma era de vazios. Existe um sentimento generalizado de vazio interior. Eu acho que movimentos politicos, de generos, sociais, etc, tem atraido tantas pessoas como forma de preencher o vazio interior delas. Ideologias hoje faz o papel do que foi a religiao no passado. As pessoas encontram suas identidades, personalidades, senso de comunidade nos movimentos sociais subistituindo o antigo nacionalismo, tribo, etinia.

E tambem hobbies. As pessoas buscam suas identidades, personalidades e tribos nelas. Mas antigamente boa parte dos hobbies ainda era pouco popular, apenas para quem pode pagar, para quem mora em uma regiao favoravel, etc. E que ficava muito de fora sem muita alternativa se tornavam os rebeldes, indo atras dos movimentos de rock, tatoo, cabelos longos, roupas rasgadas, brigas, tirar sarro do ordinario e falar mal do sistema.

Mas hoje em dia, em que todo mundo eh tatuado, tem cabelos, trajes, barcas e musicas de toda forma popularizadas, assim como movimentos politicos, sociais e hobbies como fotografia. Ou seja, quando todo mundo esta fazendo tudo, as pessoas parecem sentir que nao sobra nada que seja so para elas, que as tornem unica, especial, destaque. E quando surge algo diferente logo se populariza, vira moda, etc. Gracas as midias sociais com as pessoas compartilhando tudo na internet.

Tudo isso para dizer que esse choro eh algo humano.

Da mesma forma que quando tudo se torna arte a arte ja nao existe mais. Quando todos podem ser o que quiserem a identidade ja nao existe mais e assim as pessoas se sentem vazias. E quanto mais vazias, mais desesperadas buscam uma causa que quando acham, se apegam com tanta firmeza que as tornam rancorosas, para poderem exaltar suas personalidades, identidade, etc...


Lindsay

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Resposta #69 Online: 23 de Julho de 2017, 00:51:49
Eu vou além disso. Acho que a crítica negativa à popularidade da fotografia digital vem de pessoas que se acham as donas da bola, e querem reter o monopólio da fotografia. Daí esse pensamento de "eu e meus colegas fazemos fotografia; as outras pessoas só produzem lixo".

Essa ideia aqui é fraca, um achismo danado. Fica ai imaginando que tem pessoas que se acham donas da bola e tal, que estão criticando e fazendo picuinha, mais essa tudo isso ai é coisa que vc tirou lá do fundo de sua cabecinha.
Qual o problema de se produzir lixo digital??? Se o carinha quer fotografar o nada 500 vezes o dia inteiro é problema dele e ninguém tem nada a ver com isso.
A quem afeta a essa quantidade excessiva de fotos que se produz??? Não afeta a ninguém. Praticamente ninguém vê esse monte de fotos que se produzem, nem mesmo a maioria dos autores consegue ver suas próprias fotos. Então vai afetar o que ou a quem??? Ora lixo digital não afeta nada a ninguém, então não precisa tirar uma historinha de dentro de sua cabecinha para defender aquilo que não precisa ser defendido.
Conhecimento importa mais que equipamento.


eprimos

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Resposta #70 Online: 26 de Julho de 2017, 11:57:30
Eu tambem concordo com isso.

A maneira que eu vejo eh que muitas pessoas buscam fazer algo como forma de se dar uma identidade, como forma de se sentir a parte, diferente, destaque das demais pessoas e nao se sentir apena um qualquer um ou um Ze ninguem. E por isso sentem que perde um pouco de sua personalidade, identidade, destaque, individualidade, etc, quando ve que muitas pessoas estao fazendo o mesmo.

Anos atras, a mulher que alugou a casa onde eu morava dizia que pintava antes. Quando eu perguntei pq ela nao pinta mais, ela respondeu que era pq todo mundo agora estava pintando e que por isso tinha perdido a graca.

Pense quantas pessoas vc ja nao conheceu que perdeu o gosto por algo por ter virado modinha.

E eu acho que isso eh coisa do ser humano, pq mesmo aqueles que nao abandonam uma atividade que virou modinha, eles ainda procuram fazer diferente dos demais, as vezes copiando alguem que seja referencia de qualidade, sucesso ou de certas caracteristicasna area, outras vezes buscando esquecer de todos e focado apenas no proprio trabalho, buscando desenvolver algo so seu. Algo que todos fazem mas ele faz diferente e assim reconquista a sua individualidade, personalidade, destaque, identidade, etc.


Veja que interessante. Vivemos em uma era de vazios. Existe um sentimento generalizado de vazio interior. Eu acho que movimentos politicos, de generos, sociais, etc, tem atraido tantas pessoas como forma de preencher o vazio interior delas. Ideologias hoje faz o papel do que foi a religiao no passado. As pessoas encontram suas identidades, personalidades, senso de comunidade nos movimentos sociais subistituindo o antigo nacionalismo, tribo, etinia.

E tambem hobbies. As pessoas buscam suas identidades, personalidades e tribos nelas. Mas antigamente boa parte dos hobbies ainda era pouco popular, apenas para quem pode pagar, para quem mora em uma regiao favoravel, etc. E que ficava muito de fora sem muita alternativa se tornavam os rebeldes, indo atras dos movimentos de rock, tatoo, cabelos longos, roupas rasgadas, brigas, tirar sarro do ordinario e falar mal do sistema.

Mas hoje em dia, em que todo mundo eh tatuado, tem cabelos, trajes, barcas e musicas de toda forma popularizadas, assim como movimentos politicos, sociais e hobbies como fotografia. Ou seja, quando todo mundo esta fazendo tudo, as pessoas parecem sentir que nao sobra nada que seja so para elas, que as tornem unica, especial, destaque. E quando surge algo diferente logo se populariza, vira moda, etc. Gracas as midias sociais com as pessoas compartilhando tudo na internet.

Tudo isso para dizer que esse choro eh algo humano.

Da mesma forma que quando tudo se torna arte a arte ja nao existe mais. Quando todos podem ser o que quiserem a identidade ja nao existe mais e assim as pessoas se sentem vazias. E quanto mais vazias, mais desesperadas buscam uma causa que quando acham, se apegam com tanta firmeza que as tornam rancorosas, para poderem exaltar suas personalidades, identidade, etc...
Com tudo conectado não existem mais as  diferenças que nos faziam achar que éramos únicos, as tribos acabaram, o que é diferente é radical ou estranho.

Registros fotográficos tem grande valor para a história, Pedro II fotografou dezenas de pessoas comuns em vários países e isso é fonte de estudos até hoje, não vejo sentido em ter qualquer pretensão sobre a utilidade futura ou não, da produção demasiada de imagens hoje.

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Resposta #71 Online: 28 de Julho de 2017, 14:11:06
Com tudo conectado não existem mais as  diferenças que nos faziam achar que éramos únicos, as tribos acabaram, o que é diferente é radical ou estranho.

Registros fotográficos tem grande valor para a história, Pedro II fotografou dezenas de pessoas comuns em vários países e isso é fonte de estudos até hoje, não vejo sentido em ter qualquer pretensão sobre a utilidade futura ou não, da produção demasiada de imagens hoje.

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O primeiro paragrafo nao foi exatamente o que eu disse?

O segundo paragrafo tambem foi dito posts atras.


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Resposta #72 Online: 28 de Julho de 2017, 17:09:30
O primeiro paragrafo nao foi exatamente o que eu disse?

O segundo paragrafo tambem foi dito posts atras.

Sim, podemos concordar?

Inclusive isso que está sendo debatido curiosamente está chegando a conclusão semelhante do que foi foi escrito por Zygmunt Bauman, onde segundo ele, a rigidez da modernidade foi substituída pela volatilidade, sob o domínio do imediato, do individualismo e do consumo.
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Resposta #73 Online: 29 de Julho de 2017, 09:32:07
Eu tambem concordo com isso.

A maneira que eu vejo eh que muitas pessoas buscam fazer algo como forma de se dar uma identidade, como forma de se sentir a parte, diferente, destaque das demais pessoas e nao se sentir apena um qualquer um ou um Ze ninguem. E por isso sentem que perde um pouco de sua personalidade, identidade, destaque, individualidade, etc, quando ve que muitas pessoas estao fazendo o mesmo.

Anos atras, a mulher que alugou a casa onde eu morava dizia que pintava antes. Quando eu perguntei pq ela nao pinta mais, ela respondeu que era pq todo mundo agora estava pintando e que por isso tinha perdido a graca.

Pense quantas pessoas vc ja nao conheceu que perdeu o gosto por algo por ter virado modinha.

E eu acho que isso eh coisa do ser humano, pq mesmo aqueles que nao abandonam uma atividade que virou modinha, eles ainda procuram fazer diferente dos demais, as vezes copiando alguem que seja referencia de qualidade, sucesso ou de certas caracteristicasna area, outras vezes buscando esquecer de todos e focado apenas no proprio trabalho, buscando desenvolver algo so seu. Algo que todos fazem mas ele faz diferente e assim reconquista a sua individualidade, personalidade, destaque, identidade, etc.


Veja que interessante. Vivemos em uma era de vazios. Existe um sentimento generalizado de vazio interior. Eu acho que movimentos politicos, de generos, sociais, etc, tem atraido tantas pessoas como forma de preencher o vazio interior delas. Ideologias hoje faz o papel do que foi a religiao no passado. As pessoas encontram suas identidades, personalidades, senso de comunidade nos movimentos sociais subistituindo o antigo nacionalismo, tribo, etinia.

E tambem hobbies. As pessoas buscam suas identidades, personalidades e tribos nelas. Mas antigamente boa parte dos hobbies ainda era pouco popular, apenas para quem pode pagar, para quem mora em uma regiao favoravel, etc. E que ficava muito de fora sem muita alternativa se tornavam os rebeldes, indo atras dos movimentos de rock, tatoo, cabelos longos, roupas rasgadas, brigas, tirar sarro do ordinario e falar mal do sistema.

Mas hoje em dia, em que todo mundo eh tatuado, tem cabelos, trajes, barcas e musicas de toda forma popularizadas, assim como movimentos politicos, sociais e hobbies como fotografia. Ou seja, quando todo mundo esta fazendo tudo, as pessoas parecem sentir que nao sobra nada que seja so para elas, que as tornem unica, especial, destaque. E quando surge algo diferente logo se populariza, vira moda, etc. Gracas as midias sociais com as pessoas compartilhando tudo na internet.

Tudo isso para dizer que esse choro eh algo humano.

Da mesma forma que quando tudo se torna arte a arte ja nao existe mais. Quando todos podem ser o que quiserem a identidade ja nao existe mais e assim as pessoas se sentem vazias. E quanto mais vazias, mais desesperadas buscam uma causa que quando acham, se apegam com tanta firmeza que as tornam rancorosas, para poderem exaltar suas personalidades, identidade, etc...

O problema eh que a sociedade nos condiciona a acharmos q somos especiais. Que cada um eh cada um. Que somos unicos. E nao somos.

Pelo menos nao de forma tao exagerada como a gente enfia em nossas mentes. Por mais diferente q vc seja de uma parcela grande de pessoas, vc acaba sendo igual a outros que acham q estao acreditando serem "unicos". Po... somos em 7 bilhoes de pessoas.

Tem que ser muito metido pra acreditar que o cara eh especial assim. "one of a kind"
« Última modificação: 29 de Julho de 2017, 09:33:41 por lee. »
"Not sharper photographs, not larger photographs, but better photographs — photographs that say something, that mean something, even if only to us."
________________________________________________________
Canon 5D Mark.II | Fujifilm X100 T | https://www.instagram.com/electroma.core | https://www.electromacore.com


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Resposta #74 Online: 29 de Julho de 2017, 14:21:58
O problema eh que a sociedade nos condiciona a acharmos q somos especiais. Que cada um eh cada um. Que somos unicos. E nao somos.

Pelo menos nao de forma tao exagerada como a gente enfia em nossas mentes. Por mais diferente q vc seja de uma parcela grande de pessoas, vc acaba sendo igual a outros que acham q estao acreditando serem "unicos". Po... somos em 7 bilhoes de pessoas.

Tem que ser muito metido pra acreditar que o cara eh especial assim. "one of a kind"

Acho que a sociedade realmente fica reinforcando essa ideia, principalmente atravez da publicidade insinuando que vc se destacara apos obter certos bens anunciados. Ou como mensagem de motivacao diante dessa sociedade que se diz cada vez mais vazia, sozinha, deprimida, principalmente com a influencia das midias que nos fazem compararmos com as demais pessoas, fazendo elas sentirem que o outro esta sempre mais feliz e curtindo mais a vida. Entao essa mensagem de sermos unicos acho que eh uma forma de nos lembrarmos que nao devemos usar os demais como medidas e parametros de nossos valores e qualidades individuais.

Nao que eu saiba muito, mas ate onde eu sei ate na pre historia o homem ja tinha o costume de se enfeitar, o que penso que ja eh um sinal de alguem buscando encontrar e mostrar sua individualidade.