Interessantíssimo!! Ainda não tinha visto esse tópico.
Estudei muito sobre percepção acústica que tem fenômenos de complexidade similar ao da visão e até já tinha feito algumas analogias. Na verdade todo o sistema nervoso tem comportamento muito análogo.
Uma coisa que noto na minha visão é que nas bordas além da baixa nitidez é como se a taxa de amostragem (termo errôneo pois não há similar na biologia mas foi o melhor que achei) fosse menor que a da área central. Pontos de luz com LEDs vermelhos de rádio relógio por exemplo, aparecem como um movimento descontínuo ao deslocarmos nossa visão sobre uma cena. Se os mesmos pontos estiverem no centro da visão isso não ocorre.
O grande barato aí é o sistema nervoso que tem uma capacidade de processamento tão absurda que não é comparável a nenhuma tecnologia desenvolvida pelo homem.
Fugindo apenas um pouco do tópico consegui pensar em dois exemplos bacanas que misturam os sentidos da visão e audição:
* Quando se está ouvindo um grupo de pessoas conversando ao longe fica muito mais fácil diferenciar as frases quando os interlocutores são conhecidos mesmo que depois não possam ser mais vistos.
Isso porque o sistema nervoso é capaz filtrar os padrões da voz e interpretá-los. É um caso parecido com o da madeira citado pelo Léo que é uma intereção entre visão e tato.
* Outro exemplo:
A identificação da posição dos sons depende das diferenças entre as intensidades e fases das orelhas direita e esquerda. Interessante que pode ser facilmente reproduzido em uma gravação binaural e fones comuns.
Vejam esse exemplo interessantíssimo:
http://atalibaneto.wordpress.com/2008/11/03/gravacao-binaural/Se o sistema que identifica a posição dos sons trabalha em conjunto com o histórico visual do ambiente ele é extremamente preciso.
Porém se a visão é suprimida o sistema funciona de forma menos eficiente e existirão situações onde a localização fica indefinida. É mais um caso de interação visão e audição.
Nesses caso de falta de informação visual ou histórica do ambiente a solução que nosso corpo acha é mais interessante ainda. Por instinto damos uma leve guinada na cabeça e a nova informação cruzada com a anterior nos permite enfim identificar a origem do som.
Não sei se meu comentário foi pertinente ou útil, mas não deixem de ver o link pois de qualquer forma é fantástico.
Abraços!