Autor Tópico: Subexposto com iso baixo ou bem exposto com iso alto?  (Lida 19553 vezes)

waldyrneto

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Resposta #75 Online: 18 de Fevereiro de 2019, 07:54:55
Sobre estouros nas altas...

Estouros nas altas não são tratáveis em digital. Em escala nenhuma, zero mesmo. Se estourar perdeu as informações; simples assim.

A gente pode ter a sensação de que dá para recuperar um pouquinho. Vou explicar o motivo.

Quando a gente olha o LCD da câmera está vendo um JPEG gerado na hora (não existe imagem RAW). E quando a gente vê o histograma, está vendo o histograma desse JPEG. E quando a gente vê o pisca-pisca do alerta de estouro, está vendo o estouro no JPEG.

Por trás pode ter um RAW um pouco diferente, e algo que pareça estourado no JPEG pode ainda estar tratável no RAW.

Mas para entender o que é o estouro, vou fazer a analogia com um copo. Vamos dizer que o copo é de 100ml. Você pode despejar 10ml no copo, e vai ter 10 ml. Você pode despejar 50ml no copo, e vai ter 50 ml. Você pode despejar 100ml no copo, e vai ter 100ml. E se você botar um litro no copo, ao final terá 100ml.

Tenta imaginar uma bandeja de copos. Você vai jogando água neles em diversas escalas. Enquanto os volumes forem até 100ml, você terá medidas precisas. Já acima de 100ml, mesmo que você jogue quantidades diferentes em cada copo, todos terão 100ml ao final.

Nos pixels funciona mais ou menos assim. Um pixel totalmente saturado vai te dar uma medida de branco. Se continuar entrando luz é como se fosse o copo transbordando. E aí você tem uma área da foto que teria várias tonalidades e intensidades de luz, que fica toda branca. No tratamento você consegue baixar a exposição dessa área, mas toda por igual. O que era branco fica cinza claro, fica cinza escuro, etc. Mas nunca mais volta a ter detalhes, pois em fotografia digital destalhes existem por conta de medidas diferentes de luz nos pixels.

Resumindo, se tiver estouro no RAW, ou seja, no arquivo numérico, essa região é intratável.

Já nas sombras é totalmente diferente. O JPEG convertido no seu LCD pode te mostrar uma parte preta, mas essa parte pode ter lá no RAW medidas de luz diferentes de zero (preto absoluto) em escala suficiente para você levantar e ter detalhes. Mesmo que com algum ruído.

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LeandroR

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Resposta #76 Online: 18 de Fevereiro de 2019, 08:52:18


Creio que teríamos muito menos esse tipo de questão/problema (que é frequente e move o mundo RAW) e viveríamos com muito mais tranqüilidade, se dessemos mais crédito à câmeras com bons fotômetros.




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Ou aprender a fotometrar direito.
« Última modificação: 18 de Fevereiro de 2019, 08:52:38 por LeandroR »


pablo.ebani

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Resposta #77 Online: 18 de Fevereiro de 2019, 09:10:01
O mínimo que se espera de uma câmera "profissional" é que tenha um bom fotômetro. :assobi:
Mas ele sozinho não resolve se não souber usar.
« Última modificação: 18 de Fevereiro de 2019, 09:10:32 por pablo.ebani »
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lopescardoso

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Resposta #78 Online: 18 de Fevereiro de 2019, 09:30:51
Custei para entender a pergunta...

As câmeras digitais podem recuperar muito as sombras e quase nada as altas. Basta regular o alerta de estouro (alerta de destaque na Canon, Realce na Nikon) e você já sabe onde você vai ter estouros não recuperáveis. O histograma empilhando na direita também mostra isso.

Do outro lado, quanto menos fechadas as sombras, mais qualidade na hora de levantar na pós.

E também, quanto mais alto o ISO, menor o alcance dinâmico. Quando você descobre qual é o alcance dinâmico do seu sensor, isso vale para o ISO nativo, que é sempre um ISO bem baixo.

Daí a lógica ETTR (expor para a direita). Puxar o histograma o máximo para a direita, até encostar, e depois desencostar um pouquinho. Aí você terá as altas tratáveis (sem estouro) e as sobras expostas ao máximo (se vai ser tratável é outra história).

Nas altas luzes é cara ou coroa. Se não estourar é tratável na qualidade máxima. Se estourar é intratável. Daí ser não importante não deixar estourar.   (vou explicar em outro post)

Nas sombras a coisa é bem mais variável. Mas vai ser bem mais tratável em ISOs mais baixos.

Repara que a lógica ETTR não vai gerar fotos super-expostas ou sub-expostas por definição.

Se a cena é contrastada a foto tende a ser sub-exposta. Você segura as altas e tende a ter sombras fechadas. No tratamento basicamente você terá que levantar as sombras.

Por outro lado, em cenas mais flat você vai ter fotos super expostas - você encosta as altas lá na direita e levanta as sombras junto. E no tratamento você vai ter que baixar a exposição. Mas nesse caso a qualidade será maior do que simplesmente expor a foto corretamente.

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AFShalders

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Resposta #79 Online: 18 de Fevereiro de 2019, 09:48:46
Waldyr, é exatamente isso.

Fica como complemento para quem se interessar pelo porque do ponto de vista eletronico.

Em termos eletrônicos seria o seguinte: O estouro significa que o sensor foi saturado, ou seja, atingiu um nivel máximo de sinal e que todo sinal além disso não será registrado e portanto a informação estará perdida. É o copo de água que transbordou e ponto final.

Há sensores que respondem mal a sombras sub expostas e quando se "puxa" a informação, o ruido eletrônico vem junto ou então os tons nas sombras não são separados adequadamente. É o caso da maioria das Canons. No caso das altas acontece o mesmo, mas para outros tipos de sensores.

Mas sempre que passar de um determinado valor, para cima ou para baixo, ferrou. O ponto limite do para cima é o transbordamento, passou dele não há o que fazer. Para baixo, existem três regiões, com duas fronteiras que são, o nivel do zero, que dele parta baixo não há informação registrada pois o sinal está abaixo da sensibilidade absoluta do sensor, e a outra zona fica entre o zero e onde o nivel do ruido equivale ao do sinal (é ai que se define onde a relação sinal-ruido é de zero db). Nesse limbo há sinal, mas só pode ser recuperado através de técnicas sofisticadas, como por exemplo demodulação síncrona e multisampling. Participei de um projeto que usava essa técnica em ressonancia magnética.

Resumindo, a faixa onde o sensor funciona bem é desde um pouco acima do ponto onde o ruido passa a ser aceitável até um pouco abaixo do ponto de saturação. Suponha que o sensor é especificado com uma faixa que vai de 0 a 1000 unidades arbitrárias e que o limiar do ruido é em 3 por exemplo. Seria algo como a faixa útil fosse tipo entre 6 e 950 por exemplo, mas tem uma pequena margem de reserva nos limites superior e inferior.

Isso quer dizer que passando desses limites ainda funciona mas a recuperação dá mais trabalho. Geralmente ou por causa do ruido ou porque acima de um determinado valor as leituras podem sair da região linear (isso acontece muito com fotodiodos e transitores por exemplo).

A maior diferença entre o jpeg e o raw é a perda de informação causada pelo algoritmo de compressão. Pode mudar drasticamente a aparência da foto arruinando as transições suaves.


AFShalders

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Resposta #80 Online: 18 de Fevereiro de 2019, 09:50:08

Era aonde eu queria chegar mas, pelo que explicaram, só o da Sigma Quattro atende com precisão.



Não distorça as coisas Ernesto. Vê se não começa com isso porque não vai levar a nada. Dá um tempo.

O que eu disse é que de todas as câmeras que EU testei ela foi a mais precisa e que o  numero de pontos não é fator determinante para a precisão.

Não vou explicar de novo nem entrar na sua espiral, se você não entendeu ou se fingiu que não, o problema é seu.
« Última modificação: 18 de Fevereiro de 2019, 09:52:58 por AFShalders »


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Resposta #81 Online: 18 de Fevereiro de 2019, 09:59:56
aff mano...

Estou concordando contigo abaixo:

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Você está dizendo que eu disse que só a Sigma Quattro funcina.
Eu disse que ela se saiu melhor contra as que eu testei.
São coisas bem diferentes.

Ou dá a informação como ela veio ou é melhor não dar, senão atrapalha mais do que ajuda.
Suas notas tem sempre um tom de alfinetada, pense bem nisso.
« Última modificação: 18 de Fevereiro de 2019, 10:02:43 por AFShalders »


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Resposta #82 Online: 18 de Fevereiro de 2019, 10:25:03
Beleza Ernesto, bola pra frente.  :ok:


Lindsay

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Resposta #83 Online: 18 de Fevereiro de 2019, 11:15:04
Conhecimento importa mais que equipamento.


felipemendes

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Resposta #84 Online: 18 de Fevereiro de 2019, 11:23:06


Resumindo, se tiver estouro no RAW, ou seja, no arquivo numérico, essa região é intratável.

Mas quando a gente fala em raw, tanto estouro pra claro ou pra escuro causa perda irreversível de informação, não?



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waldyrneto

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Resposta #85 Online: 18 de Fevereiro de 2019, 11:36:05

Mas quando a gente fala em raw, tanto estouro pra claro ou pra escuro causa perda irreversível de informação, não?



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Sim Felipe, se você tiver realmente uma área totalmente escura no RAW é uma área perdida em termos de detalhes.
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Lindsay

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Resposta #86 Online: 18 de Fevereiro de 2019, 12:15:25
Custei para entender a pergunta...

As câmeras digitais podem recuperar muito as sombras e quase nada as altas. Basta regular o alerta de estouro (alerta de destaque na Canon, Realce na Nikon) e você já sabe onde você vai ter estouros não recuperáveis. O histograma empilhando na direita também mostra isso.

Do outro lado, quanto menos fechadas as sombras, mais qualidade na hora de levantar na pós.

E também, quanto mais alto o ISO, menor o alcance dinâmico. Quando você descobre qual é o alcance dinâmico do seu sensor, isso vale para o ISO nativo, que é sempre um ISO bem baixo.

Daí a lógica ETTR (expor para a direita). Puxar o histograma o máximo para a direita, até encostar, e depois desencostar um pouquinho. Aí você terá as altas tratáveis (sem estouro) e as sobras expostas ao máximo (se vai ser tratável é outra história).

Nas altas luzes é cara ou coroa. Se não estourar é tratável na qualidade máxima. Se estourar é intratável. Daí ser não importante não deixar estourar.   (vou explicar em outro post)

Nas sombras a coisa é bem mais variável. Mas vai ser bem mais tratável em ISOs mais baixos.

Repara que a lógica ETTR não vai gerar fotos super-expostas ou sub-expostas por definição.

Se a cena é contrastada a foto tende a ser sub-exposta. Você segura as altas e tende a ter sombras fechadas. No tratamento basicamente você terá que levantar as sombras.

Por outro lado, em cenas mais flat você vai ter fotos super expostas - você encosta as altas lá na direita e levanta as sombras junto. E no tratamento você vai ter que baixar a exposição. Mas nesse caso a qualidade será maior do que simplesmente expor a foto corretamente.
Muito bom Waldyr, com a didática de um professor, não só resumiu mas tbm desenhou!!!

 :clap: :clap: :clap:
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Resposta #87 Online: 18 de Fevereiro de 2019, 12:32:46
Muito bom Waldyr, com a didática de um professor, não só resumiu mas tbm desenhou!!!

 :clap: :clap: :clap:

 :ok:
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Resposta #88 Online: 18 de Fevereiro de 2019, 12:56:41
Sobre estouros nas altas...

Estouros nas altas não são tratáveis em digital. Em escala nenhuma, zero mesmo. Se estourar perdeu as informações; simples assim.

A gente pode ter a sensação de que dá para recuperar um pouquinho. Vou explicar o motivo.

Quando a gente olha o LCD da câmera está vendo um JPEG gerado na hora (não existe imagem RAW). E quando a gente vê o histograma, está vendo o histograma desse JPEG. E quando a gente vê o pisca-pisca do alerta de estouro, está vendo o estouro no JPEG.

Por trás pode ter um RAW um pouco diferente, e algo que pareça estourado no JPEG pode ainda estar tratável no RAW.

Mas para entender o que é o estouro, vou fazer a analogia com um copo. Vamos dizer que o copo é de 100ml. Você pode despejar 10ml no copo, e vai ter 10 ml. Você pode despejar 50ml no copo, e vai ter 50 ml. Você pode despejar 100ml no copo, e vai ter 100ml. E se você botar um litro no copo, ao final terá 100ml.

Tenta imaginar uma bandeja de copos. Você vai jogando água neles em diversas escalas. Enquanto os volumes forem até 100ml, você terá medidas precisas. Já acima de 100ml, mesmo que você jogue quantidades diferentes em cada copo, todos terão 100ml ao final.

Nos pixels funciona mais ou menos assim. Um pixel totalmente saturado vai te dar uma medida de branco. Se continuar entrando luz é como se fosse o copo transbordando. E aí você tem uma área da foto que teria várias tonalidades e intensidades de luz, que fica toda branca. No tratamento você consegue baixar a exposição dessa área, mas toda por igual. O que era branco fica cinza claro, fica cinza escuro, etc. Mas nunca mais volta a ter detalhes, pois em fotografia digital destalhes existem por conta de medidas diferentes de luz nos pixels.

Resumindo, se tiver estouro no RAW, ou seja, no arquivo numérico, essa região é intratável.

Já nas sombras é totalmente diferente. O JPEG convertido no seu LCD pode te mostrar uma parte preta, mas essa parte pode ter lá no RAW medidas de luz diferentes de zero (preto absoluto) em escala suficiente para você levantar e ter detalhes. Mesmo que com algum ruído.
Temos uma resposta definitiva pro tópico.

Pode fechar o tópico moderas, antes que volte o bate boca.

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lopescardoso

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Resposta #89 Online: 18 de Fevereiro de 2019, 12:57:58
Temos uma resposta definitiva pro tópico.

Pode fechar o tópico moderas, antes que volte o bate boca.

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Né! vai que da zica de novo!  :hysterical: :hysterical: