Boa postagem!
Aí, temos duas questões:
1) a intenção;
2) a circunstância.
Acredito que para um bom fotógrafo, a primeira tem que prevalescer, mas em alguns casos, admite-se a segunda.
No caso do Sr. Bresson, vale lembrar as circunstâncias da época: foco manual, filmes com granulação não muito fina, ausência de motor drive e etc... Sem falar que, ele usava e abusava de sua 50mm, sem optar muito por outras lentes. Acredito que a maior preocupação dele, era traduzir bem a côr para o preto e branco, mérito que não é tão fácil e que ajuda muito no resultado desta linguagem. Outra preocupação dele era captar o espírito do momento, embora o mesmo sempre dizer que, nunca se deve ter pressa para clicar e sim, esperar o melhor momento.
Por isso, o Sr. Bresson, bem como outros da época ou posteriores, tiveram que se adequar às limitações da época, que para eles, nem assim eram consideradas, mas sim para nós, que dispomos de um monte de tecnologias avançadas.
Um caso curioso é o do fotógrafo inglês David Hamilton, que passava vaselina nas óticas da Minolta para criar o clima de sonho, necessário nas fotos de suas ninfetas nórdicas.
Em um linha parecida da do Sr. Bresson, temos o Sr. Salgado (ambos da Magnum). Este sempre usou película 400 ISO da Kodak, o famoso Tri-X, o filme mais utilizado no fotojornalismo mundial para Preto e Branco. Poderia optar pelo ISO 125 (Plus-X), mas por suas razões, usava o outro, o que denota uma preocupação não tão grande com nitidez, mas com as facilidades que um ISO mais alto lhe proporcionava. Em contra-partida, compensava isso no equipamento, utilizando Leica.