Márcio, as empresas são vítimas de péssimos governos, covid também. Vc está certo que estão fazendo estratégias para inviabilizar outros formatos. Talvez sensores maiores estejam ficando mais baratos também. Tem marketing em cima claro. Outra coisa é, m 4/3 nunca investiram para brigar com FF.
O mercado todo de câmeras está complicado, e aí entra também um certo fator psicológico.
A venda de câmeras cai ano a ano. Adicionalmente, os smartphones acabaram com o mercado de point & shoot - que era o grande financiador do desenvolvimento de câmeras. Os fabricantes desenvolviam novos processadores para os modelos high end deles, com novos recursos; versões mais simples desses processadores (ou a mesma versão, com velocidade reduzida e/ou que não passavam no processo de binning) eram colocados nas point&shoot, que vendiam muito, e assim todo o custo de desenvolvimento era diluído. Isso acabou.
Junte os dois fatores e o resultado é que o preço das câmeras subiu e seguirá subindo, para que consinue sendo sustentável. A GH2 custava $900 dólares quando foi lançada - corrigindo pela inflação americana, dá $1150 dólares. A previsão é que a GH6 deva sair por volta de $2500 dólares. Tem muito mais recursos? Ô se tem. Mas ambas tem o máximo de tecnologia que a época permite, então o custo relativo não é tão diferente assim.
E aí entra o fator psicológico: muitas pessoas se sentem mais "confortáveis" em gastar um valor desses em uma Full Frame do que em uma m4/3 ou APS-C, pois por muito tempo houve uma diferenciação grande preço de acordo com o tamanho do sensor. O certo deveria ser calcular o valor da câmera pelos recursos que ela oferece - pois para certas pessoas uma câmera com mais recursos e com um sensor menor vai dar melhor resultado para ela.
Para os fabricantes, isso é interessante também - a única coisa mais cara em uma FF que nas outras câmeras é o sensor, e o valor não deve ser tão diferente assim (imagino que coisa de 50 dólares, no máximo). Mas o valor das lentes é bem maior, e é uma maior chance de ganhar dinheiro.
Enfim, cada um sabe das suas prioridades / necessidades. Em 80-90% dos casos, a limitação não é a câmera, e sim o fotógrafo (é o meu caso, por exemplo). Basta ver o que bons fotógrafos conseguem fazer com uma m4/3 - trabalhos que não devem nada à uma FF. Mas, se a pessoa sente satisfação em ter o "máximo do máximo", não vou ser eu que vou julgar.
Eu troco na maior facilidade um pouquinho de qualidade de imagem (que, muitas vezes, você só nota fazendo pixel-peeping - coisa que parei de fazer quando vi que SÓ fotógrafos fazem isso) por portabilidade. Por isso, só vou para full frame se não tiver outra saída.