Fórmula "mágica" não tem, mas tem boas práticas.
Tenho mais de 500 pedidos de importação e dá pra contar nos dedos os pedidos que foram taxados.
E todos os que foram taxados se encaixam nos mesmos padrões.
Segue algumas boas práticas:
1. Saiba pra onde o frete escolhido envia o pedido.
Importações podem chegar por Curitiba ou por São Paulo.
Se o frete envia para São Paulo, as chances de taxas são maiores, pois o volume lá é menor e por isso os fiscais olham mais tipos de pacotes.
Geralmente fretes expressos tipo DHL e Fedex enviam pra São Paulo. Evite esses fretes.
2. Preste atenção no peso/tamanho.
Principalmente o peso influencia bastante nisso.
O pacote passando de 2kg já quase sempre é selecionado pra análise.
Se for pedir vários produtos de uma vez, separe os produtos em pedidos diferentes, de lojas diferentes, para não aumentar o peso do pacote.
3. Smartphones, tablets e notebooks quase sempre são taxados.
Geralmente eles aplicam uma taxa padrão simbólica de R$200 a R$300, mas podem também abrir o pacote e taxar em cima do valor real do modelo.
Ao comprar esse tipo de produto, sempre espere a taxa.
4. Entenda como o fiscal trabalha.
Fiscais são comissionados, possuem metas e precisam otimizar seu tempo de trabalho.
Eles não conseguem olhar tudo, então dão prioridade para produtos de alto valor agregado (como citado no item 3) e pacotes grandes e pesados, que possuem mais chances do destinatário aceitar pagar uma taxa maior, aumentando a comissão e os prêmios do fiscal.
Seguindo essas boas práticas, taxas serão excessão e não a regra.
Acrescentando da minha experiência - não foram tantos pacotes assim, mas espalhados entre anos:
- O mito dos "50 dólares" - a lei é bem clara: o limite de 50 dólares é ESTRITAMENTE para envios de pessoa FÍSICA para pessoa FÍSICA; ou seja, envios de loja podem ser taxados até bem abaixo disso (minha irmã uma vez foi taxada em uma capa de Kindle de 7 dólares). Portanto, o valor declarado pela loja ser abaixo de 50 dólares não faz quase diferença (exceto em casos que vou falar mais adiante), e se for muito absurdo, certamente vai irritar o fiscal (que sim, sabem muito bem o valor do que fiscalizam).
- Se o limite de 50 dólares não vale para envios de loja, como são selecionados os produtos para taxação? Por amostragem e por diretrizes específicas da Receita que mudam constantemente; já vi essas regras serem afrouxadas ou apertadas em certas épocas. Já vi épocas que taxavam praticamente tudo (meu recorde de taxação foi em um produto de 30 dólares), assim como recentemente vi gente importando Fujifilm X-T4 sem taxa. Dentro de um mesmo governo, já vi essas regras mudarem. Então, o jeito é dar uma pesquisada no que as pessoas andam comprando e se andam sendo taxadas, para ter um "feeling" do humor da Receita no momento - mas sem garantia que uma canetada mude tudo de uma hora pra outra.
- Como já falaram, tablets, celulares e notebooks são grandes alvos de taxação. Já vi gente trazendo celular sem taxa, mas eu não arriscaria.
- Uma tática que já usei com sucesso é pedir para o vendedor colocar o valor de um produto parecido, mas que seja mais barato. Exemplo: uma vez comprei um gimbal compacto para câmeras de US$ 220, mas por ele ser compacto, pedi para o vendedor declarar como "smartphone gimbal" e colocar o valor de um gimbal de telefone (US$48,99, na época). Bingo: receita taxou, mas sobre o valor de US$48,99 - o raio-x mostra o produto, mas não as anotações da caixa, e o fiscal deve ter achado que era realmente um gimbal de smartphone; paguei a taxa e recebi o produto.