Autor Tópico: Impacto da IA no mundo moderno  (Lida 1942 vezes)

felipemendes

  • Moderador(a) Global
  • Trade Count: (9)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 8.545
  • Sexo: Masculino
    • Meu Flickr
Online: 10 de Janeiro de 2023, 03:48:32
*Separei de novo o tópico!*

Reze para não cair nas mãos de um médico metido a esperto que gerou o projeto de fim de curso ou a tese desse jeito...

Trazendo essa discussão pra cá, porque lá viraria invariavelmente off-topic.

Aliás, das profissões superiores, eu creio que médicos e advogados estão na mira das AI. Creio que nunca uma AI vai ser regulamentada pra assumir o lugar de um médico ou advogado, mas é somente pela força da categoria.

Por falar nisso, eu creio que está na hora de a política começar a se envolver em questões relacionadas a AI, o que vcs acham? Minhas preocupações:
- Imagine que se crie um piloto automático nível 5, que é capaz de dirigir independente de um humano. Há quem diga que em 2025 a humanidade como um todo chegue a este nível.


Implicação 1: queda de vagas de trabalho de motoristas profissionais - os restantes teriam que conseguir emprego como "chapa e guia", que é um auxiliar pra descarregar caminhões e ajudar em tarefas diversas.
Implicação 2: queda brutal em toda a cadeia industrial e de suprimento de veículos, pois muito menos veículos seriam necessários. Os carros elétricos ainda não chegaram lá mas, quando chegarem, será o fim da indústria de petróleo, tanto produção quanto refino e distribuição.
Solução: Tendo estes casos como exemplo, criar-se-ia um "imposto sobre automação" que garantiria a sobrevivência de pessoas deslocadas por causa da automação.
Solução 2 (uma coisa boa): áreas dedicadas ao cultivo da cana e algodão pra gerar álcool finalmente poderiam ser usadas pra comida.

Se isto parecer absurdo, lembre que a empresa ideal possui um único humano: o dono. O resto todo é automatizado. Creio firmemente que o aumento de lucro devido a automação deva ser revertido à sociedade. Mas esta é minha opinião.

« Última modificação: 12 de Janeiro de 2023, 03:28:27 por felipemendes »


AFShalders

  • Trade Count: (28)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 10.297
  • Sexo: Masculino
  • слава україна !!!
    • Old Good Light
Resposta #1 Online: 10 de Janeiro de 2023, 12:23:31
Felipe, tenho outra consideração.

Se um veículo autônomo causar um acidente com vítimas, a responsabilidade civil e criminal é de quem ?

Do dono ?
Do fabricante do veículo ?
Do fabricante do software ?
Do fabricante de algum sensor que tenha falhado ?

Muitas possibilidades, certeza de zona cinzenta e de litígio longo com desfecho incerto.

Esse é um dos motivos pelo qual sou absolutamente contra veículos autônomos até que essas questões legais sejam resolvidas e pacificadas.

É fácil falar que apóia o uso de veículos autônomos, até que a pessoa ou um familiar sejam vítimas.


vangelismm

  • Trade Count: (7)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 11.776
  • Sexo: Masculino
    • MedinaFotografia
Resposta #2 Online: 10 de Janeiro de 2023, 13:09:00
A chance de ser atropelado por um irresponsável é maior do que um carro autônomo.

Meu único receio é um ataque hacker quando tudo estiver 100% online e autônomo, forçando acidentes em massa.
"A perspectiva de uma imagem é controlada pela distância entre a lente e o assunto; mudando a distancia focal da lente muda o tamanho da imagem , mas não altera a perspectiva . Muitos fotógrafos ignoram este fato, ou não têm conhecimento de sua importância." -  Ansel Adams, Examples – The Making of 40 Photographs


AFShalders

  • Trade Count: (28)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 10.297
  • Sexo: Masculino
  • слава україна !!!
    • Old Good Light
Resposta #3 Online: 10 de Janeiro de 2023, 14:09:34
A chance de ser atropelado por um irresponsável é maior do que um carro autônomo.

Meu único receio é um ataque hacker quando tudo estiver 100% online e autônomo, forçando acidentes em massa.


Quero provas de que o autônomo é mais seguro.... Até agora aconteceram vários acidentes fatais. Tanto por negligência quanto por bugs.

Ataque hacker é uma possibilidade.
Resumindo, por enquanto quero distância total disso.

E quanto a chance ser maior ou menor é irrelevante. Quem responderá ?
« Última modificação: 10 de Janeiro de 2023, 14:10:28 por AFShalders »


vangelismm

  • Trade Count: (7)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 11.776
  • Sexo: Masculino
    • MedinaFotografia
Resposta #4 Online: 10 de Janeiro de 2023, 15:01:52
Não vejo muita diferença de hoje, sobre quem responderá.
Quem responde quando um avião cai? O explorador da aeronave, seja ele PF ou PJ.

Carro autônomo vai acabar sendo a mesma coisa:

PF, o do carro é o responsável.

PJ (UBER sem motorista), a empresa é responsável.

Assim, tem vários exemplos análogos removendo a figura do motorista da historia.

Se o muro da minha casa cai sozinho num pedestre, o responsável sou eu.
"A perspectiva de uma imagem é controlada pela distância entre a lente e o assunto; mudando a distancia focal da lente muda o tamanho da imagem , mas não altera a perspectiva . Muitos fotógrafos ignoram este fato, ou não têm conhecimento de sua importância." -  Ansel Adams, Examples – The Making of 40 Photographs


AFShalders

  • Trade Count: (28)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 10.297
  • Sexo: Masculino
  • слава україна !!!
    • Old Good Light
Resposta #5 Online: 10 de Janeiro de 2023, 15:15:56
Não vejo muita diferença de hoje, sobre quem responderá.
Quem responde quando um avião cai? O explorador da aeronave, seja ele PF ou PJ.

Carro autônomo vai acabar sendo a mesma coisa:

PF, o do carro é o responsável.

PJ (UBER sem motorista), a empresa é responsável.

Assim, tem vários exemplos análogos removendo a figura do motorista da historia.

Se o muro da minha casa cai sozinho num pedestre, o responsável sou eu.


Não seja simplista...

O que provavelmente aconteceria seria o dono do carro responsabilizar o fabricante que tem responsabilidade indireta por falhas no projeto , que poderia responsabilizar algum terceirizado que desenvolveu o software e eventualmente ir parar em um fabricante de sensor que deu um sinal errado. Ai vem a discussão se o sensor foi mal utilizado ou usado fora dos parâmetros de projeto bla bla bla... É MUITO mais complicado do que isso.

Tem tantas brechas nisso ai que da medo.

Por que você acha que é proibido em aviação comercial o pouso e decolagem 100% autonomos sem a supervisão do piloto ?


felipemendes

  • Moderador(a) Global
  • Trade Count: (9)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 8.545
  • Sexo: Masculino
    • Meu Flickr
Resposta #6 Online: 12 de Janeiro de 2023, 04:15:18
Quero provas de que o autônomo é mais seguro.... Até agora aconteceram vários acidentes fatais. Tanto por negligência quanto por bugs.

Provas? A pergunta é extremamente complexa. A primeira coisa é que hoje ainda não existe carro 100% autônomo Classe 5. Existe classe 5 em locais específicos: dentro de uma única cidade, por exemplo, o que baixa o grau pra classe 4. Mesmo estes ainda requerem atuação humana eventual. Classe 5 de verdade poderia ir a qualquer lugar, e nem precisaria de volante, acelerador e freio.

Mas vamos tentar abordar com estatísticas. Nos classe 3, em 10 meses, 392 acidentes foram registrados nos EUA. Destes, houve ferimentos em 98, ferimentos sérios em 11 e 5 fatalidades. Dos classe 4, 130 acidentes, somente 1 com ferimentos leves. Ainda sobre os classe 4, a maioria dos acidentes foram batidas de outro veículo na traseira - o que pode indicar paradas bruscas frequentes, mas isto é elocubração minha.

Fonte: https://www.npr.org/2022/06/15/1105252793/nearly-400-car-crashes-in-11-months-involved-automated-tech-companies-tell-regul

Segundo os fabricantes (que vão puxar sardinha pro lado deles), o número de acidentes por milhões de milhas dirigidas é menor nos Classe 3. Mesmo esta estatística é complicada, pois carros com tanta automação são relativamente novos, e carros velhos sofrem, proporcionalmente, mais acidentes.

Carros classe 4/5 têm como indicador principal o número de intervenções humanas. De um total de quase 2 milhões de milhas (3.2 milhões de km), foi necessára intervenção humana em cerca de 3700 vezes em 2021. Fora isso, carros dirigiram sozinhos todas estas milhas, sem acidentes sérios.
Fonte: https://www.statista.com/chart/17144/test-miles-and-reportable-miles-per-disengagement/

Citar
E quanto a chance ser maior ou menor é irrelevante. Quem responderá ?

Como eu disse lá em cima: classe 5 nem vai precisar de volante. Neste caso, os fabricantes vão se sentir confortáveis o suficiente pra assumir. Fazendo uma analogia com um elevador (que tem vários paralelos com esta nova tecnologia), vc entra no elevador, aperta um botão pra subir e o elevador cai. De quem é a culpa?

Nos carros classe 3, sempre aparece um aviso de que o motorista precisa estar atento todo o tempo. Neste caso, acidente é culpa do motorista.

Dito isso tudo, uma anedota: finalmente comprei um Tesla. Basicão, com o piloto automático básico, que segue dentro da faixa a um limite específico de velocidade ou limitado pelo carro da frente. Mas um dia desses, eu estava dirigindo (eu mesmo), atrás de um carro bem mais alto que o meu. De repente, meu carro freia sozinho, aparentemente do nada. Uma fração de segundo depois, o carro na minha frente freia também, porque o carro na frente dele (que eu nem vi) freou bruscamente. Achei a coisa todo no mínimo bem interessante.


YP

  • Trade Count: (3)
  • Colaborador(a)
  • ****
  • Mensagens: 4.299
  • Sexo: Masculino
Resposta #7 Online: 12 de Janeiro de 2023, 08:13:28
Falando nisso

Autopilot da Tesla causa acidente envolvendo 8 carros nos EUA

O carro se freou sozinho, em uma rodovia movimentada.



AFShalders

  • Trade Count: (28)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 10.297
  • Sexo: Masculino
  • слава україна !!!
    • Old Good Light
Resposta #8 Online: 12 de Janeiro de 2023, 12:13:16
Provas? A pergunta é extremamente complexa. A primeira coisa é que hoje ainda não existe carro 100% autônomo Classe 5. Existe classe 5 em locais específicos: dentro de uma única cidade, por exemplo, o que baixa o grau pra classe 4. Mesmo estes ainda requerem atuação humana eventual. Classe 5 de verdade poderia ir a qualquer lugar, e nem precisaria de volante, acelerador e freio.

Mas vamos tentar abordar com estatísticas. Nos classe 3, em 10 meses, 392 acidentes foram registrados nos EUA. Destes, houve ferimentos em 98, ferimentos sérios em 11 e 5 fatalidades. Dos classe 4, 130 acidentes, somente 1 com ferimentos leves. Ainda sobre os classe 4, a maioria dos acidentes foram batidas de outro veículo na traseira - o que pode indicar paradas bruscas frequentes, mas isto é elocubração minha.

Fonte: https://www.npr.org/2022/06/15/1105252793/nearly-400-car-crashes-in-11-months-involved-automated-tech-companies-tell-regul

Segundo os fabricantes (que vão puxar sardinha pro lado deles), o número de acidentes por milhões de milhas dirigidas é menor nos Classe 3. Mesmo esta estatística é complicada, pois carros com tanta automação são relativamente novos, e carros velhos sofrem, proporcionalmente, mais acidentes.

Carros classe 4/5 têm como indicador principal o número de intervenções humanas. De um total de quase 2 milhões de milhas (3.2 milhões de km), foi necessára intervenção humana em cerca de 3700 vezes em 2021. Fora isso, carros dirigiram sozinhos todas estas milhas, sem acidentes sérios.
Fonte: https://www.statista.com/chart/17144/test-miles-and-reportable-miles-per-disengagement/

Como eu disse lá em cima: classe 5 nem vai precisar de volante. Neste caso, os fabricantes vão se sentir confortáveis o suficiente pra assumir. Fazendo uma analogia com um elevador (que tem vários paralelos com esta nova tecnologia), vc entra no elevador, aperta um botão pra subir e o elevador cai. De quem é a culpa?

Nos carros classe 3, sempre aparece um aviso de que o motorista precisa estar atento todo o tempo. Neste caso, acidente é culpa do motorista.




Felipe, não interessam o número de milhas e sim o número de eventos por número de viagens e as suas gravidades.
A base do questionamento aqui não é se é seguro ou não, e sim quem vai pagar o pato no final.

3.2 milhões de km com 3700 intervenções dá mais de um evento em mil. Quantos desses eventos foram sérios ?

Eu não voaria em um avião que tem uma chance de cair a cada mil kms.

Um amigo meu tem uma Mercedes com assistência classe 4 na Alemanha e já levou vários sustos.





vangelismm

  • Trade Count: (7)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 11.776
  • Sexo: Masculino
    • MedinaFotografia
Resposta #9 Online: 12 de Janeiro de 2023, 12:55:40
Felipe,

Por esse piloto automático básico não era melhor um Volvo?
Se não me engano foi um dos primeiros com essa opção de freiar/reduzir detectando o carro da frente, só não sei se fica na faixa ou apenas alerta que saiu.

*não tenho noção se os preços são equivalentes.
"A perspectiva de uma imagem é controlada pela distância entre a lente e o assunto; mudando a distancia focal da lente muda o tamanho da imagem , mas não altera a perspectiva . Muitos fotógrafos ignoram este fato, ou não têm conhecimento de sua importância." -  Ansel Adams, Examples – The Making of 40 Photographs


felipemendes

  • Moderador(a) Global
  • Trade Count: (9)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 8.545
  • Sexo: Masculino
    • Meu Flickr
Resposta #10 Online: 12 de Janeiro de 2023, 18:14:13
Felipe, não interessam o número de milhas e sim o número de eventos por número de viagens e as suas gravidades.

Claro que interessa. Do jeito que vc sugere, eu queria saber sua definição de "viagem", e o que são "eventos". Mais importante, como vc compara com eventos em carros dirigidos por humanos. Um buzinaço é evento? Uma freada ou guinada brusca? Se irritar no trânsito é evento? Ou dirigir bêbado/com sono/olhando o celular?

Citar
A base do questionamento aqui não é se é seguro ou não, e sim quem vai pagar o pato no final.

Como eu disse lá em cima: quando existir carro classe 5, o fabricante/provedor vai "pagar o pato", que eu acho que vai ser um patinho, pois os carros serão mais seguros que qualquer motorista.

Citar
3.2 milhões de km com 3700 intervenções dá mais de um evento em mil. Quantos desses eventos foram sérios ?

Vc olhou o link? Waymo e Cruise (GM) estvam perto de 30 mil milhas (48 mil km) sem interferência. Isso em 2020. Outros fabricantes puxaram a média pra baixo. Pelo meu uso, isso dá 3 anos. Só que 3 anos depois o software não será o mesmo do início da experiência. Não tenho dados recentes.

Mas, se cruzarmos os dados deste artigo com o anterior que postei, houveram (em 11 meses, não necessariamente o mesmo período) 130 colisões, nenhuma séria. O airbag foi acionado em 2 eventos. De novo, 2020-2021.

Citar
Eu não voaria em um avião que tem uma chance de cair a cada mil kms.

Vc estudou engenharia química, né?  ;)

Imagine um equipamento com 90% de confiabilidade (1/10 chance de falhar). Pra aumentar pra 99% (1/100 chance de falhar), o custo sobe aproximadamente 10 vezes em testes e simulação. Se aumentar de 99 pra 99.9% (uma chance em mil), mais 10 vezes.

Mas lembre: aviões ainda caem. O meio de transporte mais confiável é justamente o elevador.
« Última modificação: 12 de Janeiro de 2023, 18:21:38 por felipemendes »


AFShalders

  • Trade Count: (28)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 10.297
  • Sexo: Masculino
  • слава україна !!!
    • Old Good Light
Resposta #11 Online: 12 de Janeiro de 2023, 20:15:19
Claro que interessa. Do jeito que vc sugere, eu queria saber sua definição de "viagem", e o que são "eventos". Mais importante, como vc compara com eventos em carros dirigidos por humanos. Um buzinaço é evento? Uma freada ou guinada brusca? Se irritar no trânsito é evento? Ou dirigir bêbado/com sono/olhando o celular?

Como eu disse lá em cima: quando existir carro classe 5, o fabricante/provedor vai "pagar o pato", que eu acho que vai ser um patinho, pois os carros serão mais seguros que qualquer motorista.

Vc olhou o link? Waymo e Cruise (GM) estvam perto de 30 mil milhas (48 mil km) sem interferência. Isso em 2020. Outros fabricantes puxaram a média pra baixo. Pelo meu uso, isso dá 3 anos. Só que 3 anos depois o software não será o mesmo do início da experiência. Não tenho dados recentes.

Mas, se cruzarmos os dados deste artigo com o anterior que postei, houveram (em 11 meses, não necessariamente o mesmo período) 130 colisões, nenhuma séria. O airbag foi acionado em 2 eventos. De novo, 2020-2021.

Vc estudou engenharia química, né?  ;)

Imagine um equipamento com 90% de confiabilidade (1/10 chance de falhar). Pra aumentar pra 99% (1/100 chance de falhar), o custo sobe aproximadamente 10 vezes em testes e simulação. Se aumentar de 99 pra 99.9% (uma chance em mil), mais 10 vezes.

Mas lembre: aviões ainda caem. O meio de transporte mais confiável é justamente o elevador.


Por partes:

Viagem = Ida de um veículo de um ponto a outro (obvio né)
Evento = Ocorrência de um problema, envolvendo o sistema autonomo, grave ou não.

Daí calcula-se a taxa de eventos por viagem. Me parece que 1 evento a cada menos de 1000 km é alto pra caramba.

O seu uso não serve para categorizar, pois independentemente se estar ou não na média, o que conta no final é quanto cada pessoa usa, por exemplo alguem que rode 200km por dia, e as condições locais.

O elevador é o mais seguro, e por isso mesmo a taxa de sinistros é na casa de 1 para milhão ou mais (sem queda)

Se o custo sobe com a confiabilidade é irrelevante para justificar nesse caso. Você voaria em um avião com 10% de chances de cair se a passagem SP-NY custasse R$ 100 ?

No caso de avião, envolvendo todos os tipos, desde monomotores até jatos grandes é de 1.2:100K
A chance de queda de um avião comercial é de 1:20M

https://flyfright.com/statistics/

Como dizia um baita professor de estatística que tive: "A estatística é uma ferramenta poderosa e extremamente útil, mas pode ser distorcida para mostrar qualquer coisa que se queira."

Para quem não entendeu ainda, não estou questionando a tecnologia, e sim os aspectos juridicos da coisa
« Última modificação: 12 de Janeiro de 2023, 20:17:54 por AFShalders »


felipemendes

  • Moderador(a) Global
  • Trade Count: (9)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 8.545
  • Sexo: Masculino
    • Meu Flickr
Resposta #12 Online: 13 de Janeiro de 2023, 01:30:48
Por esse piloto automático básico não era melhor um Volvo?

Eu tive um Volvo em 2015-2017. Ele freava quando detectava obstáculo. Algumas (não muitas) vezes, o carro da frente virava uma esquina, mas o meu carro continuava detectando como se estivesse na frente. Dava um freadão.

O Tesla também tem seus momentos de frear sem motivo (tem o vídeo do YP acima). Mas o meu, todas as vezes que ele freou, eu previ e acelerei pra compensar. Todas as vezes foi por detectar algo cruzando a pista. É um problema, pois pode ser um animal, um carro ou uma bolsa plástica vazia. Mas todas as vezes que habilito o piloto automático, aparece um aviso que eu tenho que manter as mãos no volante e ficar atento. O piloto automático funciona em ruas comuns, estradas e engarrafamentos. O carro também detecta sinais de trânsito, mas só me avisa quando o sinal abriu.

Mas escolhi o Tesla porque seria definitivamente um carro elétrico, pois também instalei energia solar na casa, e dimensionei capacidade excedente pra alimentar um carro. De todos os elétricos, a Tesla é, disparada, a que tem melhor rede de carregamento. Pode parecer uma coisa menor, mas há vários casos de carros elétricos não Tesla que sofreram danos por carregar numa energia "suja". Os celulares modernos também nos avisam quando conectamos em um carregador de baixa qualidade mas, pelo jeito, alguns carros, ainda não.

Citar
Se não me engano foi um dos primeiros com essa opção de freiar/reduzir detectando o carro da frente, só não sei se fica na faixa ou apenas alerta que saiu.

Vários carros fazem isso agora. De todas as características, o Tesla ainda é o mais completo, embora no meu falte coisas bem comuns pra um carro deste preço como sensores de estacionamento. Tem câmeras em todos os lados mas, se estiver pra bater em alguma coisa, o carro fica em conivente silêncio.


felipemendes

  • Moderador(a) Global
  • Trade Count: (9)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 8.545
  • Sexo: Masculino
    • Meu Flickr
Resposta #13 Online: 13 de Janeiro de 2023, 02:11:02
Viagem = Ida de um veículo de um ponto a outro (obvio né)

Se o ponto B for a 10 cm do ponto A, é uma viagem? Creia em mim: distância dirigida é mais confiável que viagens. Pilotos de avião têm horas de voo porque não existem engarrafamentos. Mas no brevê, não são medidas viagens que o piloto pilota, sim horas de voo.

Citar
Evento = Ocorrência de um problema, envolvendo o sistema autonomo, grave ou não.

De novo, defina problema. Uma freda brusca é um problema? Se a freada brusca for por um fator externo, ainda é um problema do sistema autônomo? Note, só faço estas perguntas porque, ao questionar a metodologia, a gente teria que apresentar motivos. Nem precisa oferecer alternativas, pois aí complica demais a discussão.

Citar
O seu uso não serve para categorizar, pois independentemente se estar ou não na média, o que conta no final é quanto cada pessoa usa, por exemplo alguem que rode 200km por dia, e as condições locais.

Aqui voltamos a considerar a distância, que eu acho mais correto. Claro que as condições locais contam. Um carro pode, por exemplo, se recusar a sair em um temporal. Ou um chuvisco, se o fabricante/provedor assim o definir. Falando hipoteticamente, o carro poderia fazer sempre só o mesmo percurso, o que o tornaria pouco mais que um elevador. Ainda vejo utilidade, se falarmos de ônibus. Mas a questão são as restrições: seria fácil um carro que dirige sozinho, se o carro não pudesse ir a lugar algum. Teríamos que definir quais são as restrições dentro de um limite razoável.

Citar
O elevador é o mais seguro, e por isso mesmo a taxa de sinistros é na casa de 1 para milhão ou mais (sem queda)

Se sinistros forem mortes, é coisa pra caramba comparado com um carro classe 4. Veja, aí em cima foram 3.2 milhões de milhas e nenhuma morte. Ainda assim, classe 4 requer interferência humana. Logo, o humano deve ficar atento.

Citar
Se o custo sobe com a confiabilidade é irrelevante para justificar nesse caso. Você voaria em um avião com 10% de chances de cair se a passagem SP-NY custasse R$ 100 ?

Quando se faz um projeto desses, analisa-se os modos de falha, efeitos e análise crítica. Não sei em português, mas em inglês, se chama FMECA. Analisa, entre outras coisas, quão crítica é uma falha. Uma falha que pode acontecer 10% das vezes (alta frequência) e seja tão catastrófica (múliplas fatalidades) não passa em projeto nenhum. Há casos em que a confiabilidade é tão baixa que inviabiliza o projeto (seria mais barato atirar as pessoas de estilingue, mas seria extremamente inseguro). Não é, até agora, o caso dos carros autônomos.

Citar
Para quem não entendeu ainda, não estou questionando a tecnologia, e sim os aspectos juridicos da coisa

Voltando a falar do meu carro. Ele possui sensores de torque no volante. Quando habilito o piloto automático, a cada 20-30 segundos, ele pede pra eu aplicar um pouco de força, pra mostrar que eu estou ali. Existem pessoas idiotas o suficiente pra testar maneiras de burlar esse sistema, e o carro ficar dirigindo por um tempão sem interferência do motorista. A conclusão é: existe gente idiota, assim como tem gente idiota pra pular dentro do elevador, ou pra jogar água nos corredores e deixar cair no túnel do elevador. Mesmo um carro classe 5 pode sofrer um acidente provocado por humano, se uma pessoa fizer "testes" suficientes com ele. Neste caso, não há como o fabricante/provedor arcar juridicamente com isso. Mas um carro calsse 5 possui potencial pra ser muito melhor que qualquer motorista humano, e o fabricante provavelmente vai se resposabilizar por falhas, salvo em caso de acometimento de idiotice aguda.


felipemendes

  • Moderador(a) Global
  • Trade Count: (9)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 8.545
  • Sexo: Masculino
    • Meu Flickr
Resposta #14 Online: 14 de Janeiro de 2023, 13:52:27
Átila Iamarino adivinhando nosso papo aqui.

« Última modificação: 14 de Janeiro de 2023, 13:53:20 por felipemendes »