Pessoal, fiz uma busca no
www.scielo.br e encontrei alguns artigos sobre fotografia que me pareceram interessantes. Gostaria de compartilhar o resultado aqui. O site às vezes não abre, mas basta insistir que funciona. Todos os artigos estão disponíveis na íntegra.
As transformações da imagem fotográficaMiriam Lifchitz Moreira Leite
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-77011998000200001&lng=pt&nrm=isoRevista de AntropologiaRESUMO: Em seus últimos anos de vida, Brassaï examinou a vida, o pensamento e a técnica narrativa de Marcel Proust como uma gigantesca fotografia, com alterações reveladoras de perspectiva, ângulos e enquadramento. Diante de uma bibliografia eclética reunida desde 1978 sobre a Morte e o Morrer onde os autores estão em constante busca do tom capaz de exprimir o não ser, retomei o episódio da morte da Avó, em A busca do tempo perdido, como exemplo de metáforas e alusões fotográficas para exprimir o inexprimível.
Fotografia e interditoMauro Guilherme Pinheiro Koury
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092004000100008&lng=en&nrm=isoRevista Brasileira de Ciências SociaisEste ensaio trabalha com a problemática do interdito e sua relação com o objeto fotográfico. Discute as imagens traumáticas como representações culturais do sofrimento social, suas apropriações para propósitos políticos ou morais, e o uso social do sofrimento como um componente da política econômica globalizada contemporânea. Analisa, ainda, a criação de um mercado pulsante para imagens e discursos sobre o tema.
Narrativas fotográficas sobre a cidadeZita Rosane Possamai
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882007000100004&lng=pt&nrm=isoRevista Brasileira de HistóriaEste artigo traça relações entre fotografia e narrativa, fotografia e coleção. Consideram-se os álbuns fotográficos enquanto coleção que apresenta uma determinada narrativa configurada pelo ordenamento das imagens fotográficas no seu interior. A partir da leitura visual de um álbum de vistas da cidade de Porto Alegre, propõe-se uma metodologia de abordagem dos álbuns e imagens fotográficas que busca tecer uma narrativa ensejando sentidos precisos, procurando dar a ver uma cidade de feições modernas.
O camponês e a fotografiaPierre Bourdieu; Marie-Claire Bourdieu
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782006000100004&lng=pt&nrm=isoRevista de Sociologia e PolíticaRecorrendo a uma etnografia da aldeia do Sudoeste francês onde o autor passou sua infância, este artigo analisa os usos sociais e o sentido das fotografias e da prática fotográfica na sociedade camponesa do Béarn nos inícios de 1960. A fotografia surgiu ali, pela primeira vez, durante as grandes cerimônias da vida familiar e coletiva, como os casamentos, em que preenchia a função de afirmar a unidade, posição e fronteiras das linhagens envolvidas. Tais cerimônias podiam ser fotografadas porque estavam fora da rotina diária, e deviam ser fotografadas para solenizar e materializar a imagem que o grupo pretendia apresentar de si próprio. Por isso, as fotografias são vistas e apreciadas não em si mesmas e por si mesmas, isto é, em termos das suas qualidades técnicas ou estéticas, mas como sociogramas leigos que possibilitam um registro visual das relações e papéis sociais existentes.
Genevieve Naylor, fotógrafa: impressões de viagem (Brasil, 1941-1942)Ana Maria Mauad
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882005000100004&lng=pt&nrm=isoRevista Brasileira de HistóriaGenevieve Naylor fotografa o Brasil, em 1941 e 1942, sob os auspícios do Office of Inter-American Affairs (OIAA), órgão dirigido por Nelson Rockefeller e responsável pela implementação da Política da Boa Vizinhança. Em 1943, Nayloré convidada a expor no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) e, depois, em vários museus dos Estados Unidos, suscitando diferentes impressões.Naylor formou-se influenciada pelageração de fotógrafos que nos anos 30 transformaram a imprensa ilustrada noprincipal meio de acesso ao mundo, e viajou como funcionária do governo deseu país, tendo de cumprir protocolos fotográficos bem definidos. O resultado desse jogo de influências é um conjunto de fotografias analisadas neste artigo buscando compreender o seu impacto na conformação de uma certa imagem de Brasil para os "vizinhos" norte-americanos.
As Artes de um Negócio: no Mundo da Técnica Fotográfica do Século XIXCândido Domingues Grangeiro
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01881998000100008&lng=pt&nrm=isoRevista Brasileira de HistóriaOs manuais de fotografia do século XIX servem, neste artigo, para elaborar uma discussão a cerca da produção, do consumo e da circulação de retratos fotográficos no século XIX. Em suas páginas, podemos encontrar como conceitos artísticos e estilísticos eram utilizados por fotógrafos para a satisfação dos desejos de uma clientela ávida em compor sua própria imagem, conforme seus desejos, sonhos, ideologia, cultura, posição social.
Entre retratos e cadáveres: a fotografia na Guerra do ParaguaiAndré Amaral de Toral
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01881999000200012&lng=pt&nrm=isoRevista Brasileira de HistóriaO registro fotográfico da guerra do Paraguai contra a Tríplice Aliança (1864-1870) foi, em termos gerais, uma continuidade do tipo de fotografia que se fazia na época. Mas foi, também, mais do que isso. A cobertura in loco e a força do assunto trouxeram maneiras inovadoras de se representar o conflito, o que colaborou para a constituição de uma linguagem fotográfica com características próprias em relação à pintura ou gravura do período dedicadas à guerra.
O RETRATO, A LETRA E A HISTÓRIA:
notas a partir da trajetória social e do enredo biográfico de um fotógrafo oitocentistaLygia Segala
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69091999000300010&lng=pt&nrm=isoRevista Brasileira de Ciências SociaisNa literatura e nas artes plásticas, nas atas e nos processos, nas sagas históricas românticas, o retrato e a biografia trançam-se por múltiplas correspondências. Neste artigo pretende-se discutir como o "machinismo" fotográfico e os projetos editoriais de livros ilustrados de luxo, em meados do século XIX, redimensionam no gosto e no culto profano essas relações singulares entre a figura e a história.
Imagem fotográfica: aparelho, representação e significaçãoFernando de Tacca
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822005000300002&lng=pt&nrm=isoPsicologia& SociedadeO artigo pretende fazer uma digressão sobre questões referenciais da imagem fotográfica desde a formação da imagem dentro do complexo aparelho/operador até as construções de suas significações sociais e de sua circulação na sociedade. Ao pensar a imagem técnica como gênese da expansão imagética dos tempos atuais permitiu-nos avançar novas possibilidades de compreensão das subjetividades, individuais ou coletivas, da imagem fotográfica na contemporaneidade.
Apreciación histórica y estética de la fotografía: un gran reto entre lo analógico y lo digitalRebeca Monroy Nasr
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742007000200002&lng=pt&nrm=isoHistória (São Paulo)El ensayo tiene por finalidad acercar a los que se inician en el camino del análisis visual a detenerse frente a la imagen o grupo de fotografías desde diferentes posturas teórico metodológicas de análisis. Se insiste en la necesidad de valorar las imágenes desde diferentes perspectivas técnico, formales, temático, ideológicas, que dan pie a comprender el discurso fotográfico intrínseco. De tal suerte que la lectura se realice con seriedad, profundidad y encontrando los diversos discursos que contiene la imagen desde la perspectiva histórica, social, estética, cultural, y sobre todo se subraya la necesidad de tomar en cuenta la perspectiva del creador de la imagen. Valorar la imagen desde el momento en que se creó, verla con los ojos de la época, del fotógrafo, de las dificultades técnicas, formales, de su postura ideológica, del uso social primigenio de la imagen en su momento, son algunos de los elementos a analizar y a desmontar de las fotografías para su análisis. Es necesario, que el estudioso se instale en el momento de la producción para valorar el imaginario de la época, los otros grupos documentales creados en ese momento y devele la importancia documental y estética de la imagen o imágenes en estudio. Con ejemplos claros de fotógrafos se desarrolla el análisis para comprender el cambio que ha sufrido la fotografía de su perspectiva analógica y digital, elemento que tiene que ser considerado en las fotografías de fin del siglo XX y principios del XXI. El reto del estudioso de las imágenes no es fácil, pues tiene ante sí nuevas metodologías de análisis que tendrá que desarrollar conforme de acerque a los nuevos modos de producción digital de esta nueva era fotográfica. Para ello, los recursos que nos proveen los estudiosos como Boris Kossoy, Peter Burke, Vilhem Flusser, Roland Barthes o Phillipe Duboise, entre otros, son parte de esa metodología de análisis que nos proveerá herramientas más certeras para acercarnos al maravilloso mundo de la fotografía entre lo analógico y lo digital.
Flávio Damm, profissão fotógrafo de imprensa: o fotojornalismo e a escrita da história contemporâneaAna Maria Mauad
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742005000200003&lng=pt&nrm=isoHistória (São Paulo)O artigo tem como proposta analisar a relação entre a fotografia de imprensa e a escrita da história contemporânea. Apóia-se nos estudos sobre a história da memória do fotojornalismo brasileiro, orientados pela metodologia da história oral e do uso da fotografia na análise historiográfica. O foco central incide sobre a trajetória do fotógrafo gaúcho Flávio Damm e sua primeira reportagem de impacto, publicada na Revista do Globo, em 1948, sobre o retorno de Getúlio Vargas à cena política após o Estado Novo. Discute-se, a partir deste estudo de caso, as relações entre as palavras e as imagens na elaboração das chamadas fontes de memória, a produção do acontecimento pela mídia e sua repercussão na memória contemporânea, e por fim, a capacidade narrativa da imagem fotográfica e sua relação com a escrita da história renovada pela introdução de fontes não tradicionais - orais e visuais.
A fotografia na imprensa diária paulistana nas primeiras décadas do século XX: O Estado de S. PauloTelma Campanha de Carvalho Madio
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742007000200005&lng=pt&nrm=isoHistória (São Paulo)A pesquisa recupera as imagens fotográficas publicadas nas edições diárias do jornal O Estado de S. Paulo, de 1910 a 1929, identificando os temas mais recorrentes publicados pelo periódico. Com metodologia histórica, documental e de estudos de comunicação procedeu-se à organização e análise das imagens. Através da catalogação e ordenação das fotografias por datas de publicação, editorias em que foram publicadas e temas fotográficos mais recorrentes, presentes nos registros impressos, estruturou-se um banco de dados que permitiu a quantificação e o cruzamento dos registros e informações referentes a essa documentação. A análise de dados permitiu identificar elementos da formação da visualidade jornalística no país e traz subsídios para os estudos da história visual da imprensa brasileira.
A imagem incomum: a fotografia dos atos de fé no BrasilJosé de Souza Martins
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142002000200015&lng=pt&nrm=isoEstudos AvançadosA FOTOGRAFIA, na perspectiva sociológica ou antropológica, sabemos, não esgota as possibilidades cognitivas nos temas cuja visualização permite (1). Por trás da fotografia, mesmo aquela com intenção documental, há uma perspectiva do fotógrafo, um modo de ver que está referido a situações e significados que não são diretamente próprios daquilo que está sendo fotografado e daqueles que estão sendo fotografados, mas referido à própria e peculiar inserção do fotógrafo no mundo social. Sem contar, obviamente, as limitações propriamente técnicas da fotografia, que chegam a ter repercussões culturais duradouras. Um bom exemplo é que nas populações sertanejas do Brasil ainda hoje, mesmo em face de câmeras ultra-rápidas, as pessoas se perfilam diante da máquina, o corpo enrijecido, a respiração contida. Algo que, a rigor, nada tem a ver com a fotografia na atualidade, mas é de fato memória de um tempo em que a fotografia dependia de exposições longas e até de poses pré-determinadas. Freqüentemente, o fotografado tinha que contar com o apoio de algum meio disfarçado, como a cadeira de espaldar alto, um poste, uma parede, um portão, para manter-se imóvel pelo longo tempo necessário ao ato de fotografar.
A cidade de São Paulo e a era dos melhoramentos materiaes: Obras públicas e arquitetura vistas por meio de fotografias de autoria de Militão Augusto de Azevedo, datadas do período 1862-1863Eudes Campos
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-47142007000100002&lng=pt&nrm=isoAnais do Museu Paulista: História e Cultura MaterialTomadas entre os anos de 1862 e 1863, as primeiras fotos paulistanas de autoria de Militão Augusto de Azevedo são sempre evocadas por documentarem a vetustez, a precariedade e a letargia da cidade de São Paulo dos meados do século XIX. Nossa interpretação, no entanto, baseada na leitura de fontes primárias da época, propõe um sentido substancialmente oposto a esse. Entre os anos de 1850 e 1860, a arquitetura e os espaços urbanos de São Paulo já apresentavam significativas modernizações, que aparecem nas fotografias de Militão de Azevedo, hoje pertencentes ao acervo do Museu Paulista e também da Divisão de Iconografia e Museus, do Departamento do Patrimônio Histórico paulistano.
Um olhar sob suspeitaAnnateresa Fabris
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-47142006000200005&lng=pt&nrm=isoAnais do Museu Paulista: História e Cultura MaterialAs fotografias de Aleksandr Rodtchenko, feitas a partir de pontos de vista desconcertantes, são consideradas demasiado concentradas em aspectos formais, estando, com isso, distantes dos processos sociais e históricos contemporâneos. O artista, que introduz a fotografia de vanguarda na União Soviética, defende a busca da inovação formal como uma maneira de transformação da percepção numa sociedade revolucionária.
As fotografias de "anjos" no Brasil do século XIX
Luiz Lima Vailati
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-47142006000200003&lng=pt&nrm=isoAnais do Museu Paulista: História e Cultura MaterialO presente artigo examina fotografias de crianças mortas produzidas em São Paulo no século XIX, de modo a pensar acerca da sensibilidade da época em relação à morte, bem como algumas transformações operadas nesse âmbito. A estratégia de análise privilegiará a identificação, nesse material, de elementos constitutivos das práticas e representações relacionadas à criança morta, cujas origens são bem anteriores à prática de registro fotográfico dos "anjos" e, na mesma medida, daqueles elementos que estão associados às mudanças que nesse universo tiveram lugar na segunda metade do século XIX e que, como cremos, acompanharam e fomentaram não só o advento mas também a extinção desse costume.
A lucarna do infinito: Baudelaire e a fotografiaAdalberto Muller
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-106X2007000100010&lng=pt&nrm=isoAlea : Estudos NeolatinosEm seu comentário agressivo à fotografia na abertura do Salon de 1859, Baudelaire parece pintar um auto-retrato do esteta antiburguês. No entanto, a posição de Baudelaire relativamente à fotografia é ambígua e deve ser entendida dentro do contexto paradoxal de seu amor à modernidade e ódio ao progresso. Através da leitura desse texto, pretendemos demonstrar o importante papel que ele desempenha na teoria baudelairiana da imaginação e mostrar como ele pode revelar uma certa cegueira dos poetas e literatos relativamente às novas tecnologias de (re)produção da imagem.