Fernandes:
Coisa complicada é essa história de equivalência de cãmeras, e lhe digo uma coisa, foi há bem pouco tempo que abandonei a noção semi-consciente de ser possível alguma equivalência, e só a abandonei mesmo quedo experimentei fotografar com médio formato.
Por que? Pois bem, veja só: Falando de cãmeras reflex, as digitais usam as mesmas lentes que as cãmeras de filme, e o conjunto sensor/firmware/hardware é projetado para fazer o sensor reagir como filmes dos ISOs correspondentes. Essa mimética poderia ser chamada, até certo ponto, de equivalência.
Contudo, as lentes produzem uma imagem invertida de um tamanho compatível com o negativo de 35mm, mas os sensores digitais são bastante menores. Deste modo eles só aproveitam a parte central da imagem formada, como se você recortasse de um negativo 35mm o quadrado central. A consequência disso é que esse recorte tem um ângulo de visada mais fechado que o do negativo. Isso é o chamado fator de corte das digitais DSLRs, e iss faz com que uma lente de 50mm, por exemplo, produza uma imagem numa digital que seria como se voc~e usasse uma de 75mm. Contudo sua capacidade de desfoque continua sendo a de seu comprimento focal real, 50mm.
Isso subverte de tal maneira a coisa que é dificílimo falar em equivalência. Essa idéia de equivalência, confesso, vivia em mim latente, não declarada, mas quando comecei a usar uma velha Zeiss de fole médio-formato ela caiu por terra totalmente. Nessa cãmera a lente é de 75mm, contudo ela é na verdade uma grande angular. Por mais que se tente, é impossível fazer qualquer equivalência entre um sistema de 35mm e um de médio-formato, assim como para uma DSLR de sensor APS. Para falar de equival~encia mesmo teríamos de falar de DSLRs com sensor do tamanho do negativo colorido.
São sistemas diferentes, com resultados diferentes, sendo equivalentes apenas grosso modo e com ressalvas enormes. Esta é minha maneira de ver atual.