Mas estou de acordo com o texto de que a composição é "mais importante" que os controles e a ela devemos dar prioridade, mesmo porque luz perfeita, mesmo sendo um mestre em fotometria, é quase impossível de se conseguir, ficando limitado ao gosto e criação de cada pessoa usar o modo "M".
O que é "composição"? Pura e simplesmente arranjar as coisas no quadro? Pois não é. Um exemplo clássico disso é a diferença entre fotos em contraluz e em silhueta.
Pequemos o mesmo quadro. Digamos, alguém de perfil, pessoa cujo perfil seja expressivo, contra um céu de fim de tarde.
Se fotometrarmos o céu, o perfil virará silhueta. Se fotometrarmos o rosto, o céu estourará. São duas fotografias completamente diferentes, usando o mesmo arranjo de elementos no quadro. São duas composições diferentes, cada uma delas suficientemente eloqüente em sua forma.
Então, composição não é somente arrumar os elementos no quadro. Esta premissa fica insinuada na linha de análise que defende os automatismos. Composição não é apenas arrumar os elementos no quadro mas atribuir valor diferencial a eles pelos valores de claro e escuro capturados. Na verdade há muito mais coisa nessa palavra concepção, mas apenas para o que estamos debantendo, não se pode falar em composição sem fotometria, a menos que se aceite fotometria média como regra.
O problema dessa tese é que temos dois conjuntos com uma área de interseção. O conjunto do automatismo e o conjunto da escolha direta. Esses conjuntos têm uma interseção, e os argumentos são argumentos que falam da interseção.
Observem a foto abaixo. É possível fazê-la em prioridades? Sim, é, afinal as prioridades também manipularão velocidade e abertura (um desses através da exposição). mas para fazer isso seria necessário ir lá e fotometrar o risto do meu irmão, separadamente, e então, depois de ter escolhido a abertura ou velocidade, fazer a compensação de exposição para colocá-lo na zona certa de luminosicade. Ou seja: duas ações, sendo a segunda opaca e não transparente. Isso seria mais trabalhoso do que fazer em M, como fiz, seria menos transparente, seria menos controlável. De fato, para fazer uma foto dessas P ou Av ou Tv são as piores formas de tentar.
Enquanto raciocinarmos com situações de luz uniforme, luz do dia, etc, parece que dá no mesmo. Mas saia da zona fácil e não dá. E mesmo na zona fácil o controle manual permitirá chegar mais perto do que se quer.
Outra...
Na foto abaixo, se deixarmos por conta do automatismo a claridade da janela determinará a exposição, e o rosto ficará escuro. Pode haver compensação? Sim, é claro, mas daár pelo menos o mesmo trabalho (quantidade de ações) que o modo M, sem o mesmo raciocínio direto.
(em tempo, esta foto acima foi feita com filme e está exatamente como saiu do scanner do lab, sem correção nenhuma de tons, só USM após a redução)
Outra do mesmo tipo, feita com uma câmera digital banal, mas fotometrada no rosto direitinho. Olhem a claridade da janela deformando a fotometria se eu deixasse a câmera pensar...
Outra, ainda...
Uma mera paisagem, com uma faixa bem clara no fundo do horizonte. Se eu não tivesse medido essa fiaxa pontualmente e escolhido com precisão a zona de sua captura, a câmera interpretaria a cena como 18% e clarearia tudo e estouraria essa faixa.
Enfim, em cada uma das fotos acima está evidente que houve escolha da exposição como parte fundamental da composição. Composição não é a mesma coisa que enquadramento.
Podiam ser feitas com P ou Av? Sim, mas daria mais trabalho e seria menos inteligível.
É por isso que as pessoas insistem que as regulagens verdadeiras das câmeras devem ser dominadas. E quando são dominadas, tornam-se tão naturais que nem se pensa em outra coisa.