Se um arquiteto fosse projetar minha casa nova, eu também me interessaria em saber que programa ele usa. Nao vejo problema nenhum em perguntar isso.
Perdoe-me, mas seria uma das perguntas mais sem sentido que pode haver.
Fui certa vez no escritório do Oscar Niemeyer. Lá não há um único computador. Ele projeta com lápis 6B sobre papel manteiga em uma prancheta dessas de apartamento, dessas desmontáveis, em X.
O John Lautner, um dos mais notárveis arquitetos americanos, simplesmente antes de qualquer coisa construia de papelão maquetes extremamente toscas de suas idéias e as mostrava aos clientes. Dizia ele: "nunca desenhei uma fachada na minha vida" porque seu processo intelectivo era global, as fachadas e plantas eram mera decorrência.
Qualquer idiota pode usar um Autocad. E, para arquitetura, o Autocad de hoje é tão bom quanto o de 7 anos atrás, meramente um gerador de arquivo dwg bidimensionais. Porque arquitetura não é desenho, mas concepção.
Quando dei uma palestra para mestrandos de arquitetura, depois que acabei o meu, perguntei a eles qual o método que usavam para garantirem o bom desempenho estético de seus projetos. A única resposta que obtive foi de um deles "modelo em 3D", uma resposta completamente vazia. O uso de prgramas 3D pode ser uma boa ferramenta, mas é só isso, e todo arquiteto com certa vivência sabe que a mão, o lápis, a caneta esferográfica preta e a cabeça pensando são o que fazem diferença.
O programa que é usado na boa arquitetura está no cérebro do arquiteto. Sinceramente, se qualquer arquiteto se apresentasse louvando-se pelos programas que usa,
eu teria certeza que ele não sabe porra nenhuma de arquitetura. Não sabe nem o que é. Digamos que este é o nível mais baixo da escala evolutiva. É o nível do mero desenhista. Atualmente chama-se "cadista". Cadistas são meramente cadistas. Tem um monte por aí.
No caso das câmeras, há certa dose de razão em saber se o produto fotografia a ser apresentado pode ou não atender aos requisitos, quando os requisitos são muito elevados (grandes ampliações, correção de perspectiva, foco inclinado, etc). Com requisitos banais, não tem sentido.
No caso do Bantunes acho que todos estão sofisticando muito a questão: trata-se meramente de um cliente que se acha entendido em fotografia, e que acha que tudo na fotografia é ter equipamento, então ele tenta conversar sobre isso com quem acha ser profissional. Quando o fotógrafo não confirma suas expectativas, ele se frustra, porque seria obrigado a rever seus conceitos. O problema é o cliente que acha que entende de fotografia.
Ou seja, a virtude está no meio. Ao mesmo tempo que ter um bom equipamento pode melhorar a taxa de sucesso, não é muito mais que isso.
Se o cliente vê um portfólio consistente e ainda assim pergunta algo desse tipo, é um tolo. E, aliás, voltando à arquitetura, cito de cabeça o John Lautner, que disse mais ou menos: "meus clientes são pessoas que querem meu tipo de projeto. Se quiserem casas comuns, contratem outros.". Um cadista serviria.