Posso dar uma comentário? (Vejam, não sou fotógrafo profissional, apenas um entusiasta da fotografia - me perdoem se falar besteira)
Sem polemizar, porque eu entendo que é preciso valorizar o bom trabalho, o profissionalismo e tudo o mais. Também acredito que o momento capturado pelo fotógrafo tem valor inestimável, por isso, mais do que o preço do álbum ou do papel, o valor extrapola muito o preço cobrado em muitas ocasiões.
Só que acho (me corrijam se eu estiver errado), que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa: Creio que o comentário do smarcondes foi para o caso de um trabalho porco, que captou de forma muito ruim o evento do qual participou. Ou seja, se isso aconteceu, na minha opinião, o cara que foi e fez essas coisas não merece ser chamado de fotógrafo e por isso não merece minha consideração muito menos qualquer "doação de valor". Só pensam no dinheiro e por isso devem ser tratados como mercenários mesmo: espera-se 6 meses e com certeza vai ter oferta pela metade do preço (que, por um serviço ruim, ainda acharia muito).
Eu sei que, por estarmos num fórum de amantes da fotografia, sejam profissionais ou não, tendemos a ver os comentários como se aplicados a nós - e a comunicação escrita sempre dá margem a leituras diversas. Tenho certeza que o smarcondes quis aplicar o comentário ao pseudo fotógrafo mencionado acima, e que ele, como eu, dá o justo valor pelo profissional fotógrafo que faz esse trabalho de forma honrada e decente.
Desculpem a longa introdução acima, mas foi para introduzir uma questão: Isso está acontecendo porque esses "acordos comerciais" são impostos na organização desses eventos e ficamos forçados a pagar um pedágio para o acesso a um conteúdo porcamente registrado. Eu mesmo odiei meus álbuns de formatura, mas era o único meio de ter um registro desse momento (na segunda formatura eu não pedi o álbum, e alguns meses depois me foi oferecido o mesmo por um valor irrisório).
Esses pseudo profissionais é que desvalorizam a profissão (e não um comentário aqui no fórum). Assim, minhas perguntas são:
1) Como classe de fotógrafos: Não tem como essa classe se organizar e fazer algo do tipo de uma OAB que garanta um mínimo de qualidade e decência na conduta dos mesmos? Assim, mesmo que não se coiba esses acordos mercenários, pelo menos teríamos a decência de receber um bom trabalho;
2) Como consumidores: Puxa, no final do dia, o evento é seu, a imagem capturada é minha e de meus amigos e familiares. Eu tenho o direito de querer que isso seja capturado de forma decente e não imposta por pseudo-fotógrafos que conhecem o dono da organização de eventos. Eu entendo que pode virar uma confusão com centenas de fotógrafos em um evento e tudo o mais (a pergunta 1) acima serviria para acabar com isso) - mas focando nessa questão da imposição e do direito de sua imagem e não da viabilidade de ter 100 fotógrafos no mesmo evento - é um assunto a considerar (eu sei que na organização dos eventos você até assina um termo aceitando a exclusividade do fotógrafo, e etc, mas não deixa de ser algo imposto, e aí volta a questão - será que eu, como formando, não deveria ser mais participante da organização e ter certeza para quem essa exclusividade está sendo dada?)
3) Na era onde todo celular é uma câmera, toda "saboneteira" tem 5, 7, 12, 15 Megapixels, Image Stabilizer e zoom de 3, 5, 10, 30x, lentes Zeiss, Leica, Schnneider - como gerenciar esse tipo de coisa? Como conseguir cobrar pelo seu exercício da arte da fotografia de forma que todos queiram pagar sem entrar no mercenarismo? É uma questão de educação do consumidor? (aí entra de novo a questão de uma entidade que congregue os interesses e aja nesse sentido).
Desculpa o longo post - mas fazia algum tempo que essas questões estavam comigo, achei que encaixavam no post
Abraços,
WildStar