O túnel de vidro é uma praga das cãmeras digitais. Por ser uma solução barata é usado mesmo em cãmeras que são boas e não baratas, como a G6 e a Olympus 5060.
As câmeras de filme rangefinders têm um sistema de compensação de paralaxe, de modo que você olha sim por um visor de vidro, mas dentro dele há um quadrado desenhado que muda de posição conforme você mexe no anel de foco, de modo que isso compensa a paralaxe e mostra o enquadramento verdadeiro, mas as cãmeras digitais não têm isso (exceto a Epson RD-1, que custa 3000 dólares só o corpo).
Então o EVF termina sendo a ferramenta que não é a ideal, mas é a melhor entre as disponíveis para fazer enquadramentos realmente pensados. Eu acho um vexame que uma câmera como a G6, de 700 dólares, não tenha correção de paralaxe, se uma Voigtlander de filme de 300 dólares o corpo tem. O custo de um sistema de telêmetro deve girar em torno dos 100 dólares, pois essa é a diferença de preço entre a Voigtlander Bessa L (sem visor nenhum) e a Bessa R, com telêmetro e correção de paralaxe (preço dos corpos).
A fotometria é outra complicação. Poucas cameras têm fotometria por ponteiro, o que torna extremamente difícil calcular a latitude da exposição. Isso, definitivamente, circunscreve o uso possível. Quando somos obrigados a subexpor porque não controlamos as altas luzes, isso impica sempre numa imagem mais ruidosa, de forma que tem conseq6uências graves.
O fato é que os fabricantes, mesmo não confessando isso, fazem na verdade câmeras automáticas que TAMBÉM têm controles manuais. O conceito é o automático, no fundo, de modo que não se espera que o cara queira medir as luzes, e sim que ele use fotometria multiponto.