Sábado à noite, ninguém merece assistir show do Roberto Carlos na TV. Menos ainda Zorra Total, mas ZT não vem ao caso ou vem, não sei.
Eu tentei convencer o Rodrigo de que era um programão, romântico à beça, ainda mais comigo de costas para a TV pesquisando a vida do Aelton Freitas, um político mineiro.
Foi então que encontrei uma frase no site dele que fechou meu sábado com chave de ouro: "A reunião serviu para que ambos deixassem as
rugas no passado". E eu que pensava que ruga é uma coisa do futuro, porque no passado eu não tive nenhuma.
http://www2.camara.gov.br/aeltonfreitas/site/noticias/aelton-freitas-e-anderson-adauto-resgatam-alianca-politicaVocês devem estar se perguntando: "Por que uma frase tão tola, até ingênua não fosse as denúncias de corrupção dos dois envolvidos, fechou meu sábado com chave de ouro?"
Pois bem, explico: Eu e um amigo amiguíssimo nos divertimos horrores com essas histórias de palavras trocadas, isso virou uma mania tão maluca que a gente passou a colecionar essas histórias e eu comecei até a trocar as palavras também e sem perceber muitas vezes.
Então, novamente vocês devem estar se perguntando: "- Mas o que que eu tenho a ver com isso?"
Nada, obviamente. Mas aqui é a sala do papo furado, especialidade de quem não tem nada de útil de pra dizer, mas tem a necessidade de dizer alguma coisa.
Pois bem, chega de diz-que-me-diz, de lero-lero e diz aí: você conhece alguma história dessas pra me/nos contar?Vou começar com algumas:
* Um rapaz vai visitar o amigo e lá conhece a avó dele de 95 anos. Sem saber bem o que dizer, ele solta essa: "- Nossa, como a sua avó está
nítida ainda né".
* Uma amiga, um pouco avoada, conheceu um rapaz todo educado que dizem as más línguas não existe mais, aquele que puxa a cadeira para ela sentar, que abre a porta do carro, que liga no dia seguinte, que manda flores e faz poesiaa. Toda eufórica, ela veio me contar todas as virtudes que ele tinha e disse: "- Ele não existe, você precisa conhecer, é um verdadeiro
thendman.
* Essa é minha, cometi algumas também. Perto da data de tirar a carte de séjour, um documento de permanência de estrangeiros na França, eu disse ao Rodrigo e a uma amiga sem pensar: "- Não posso perder a data senão serei
extraviada". Eles olharam para mim, eles se entreolharam e um silêncio imperou para, só em seguida, cairmos na gargalhada.
* Eu também já escrevi pra alguém: "- Nessa eu vesti a
carapuça". Ai que vergonha! (isso se eu não escrevi com dois R, porque vivo trocando)
* O professor, atolado de trabalho e corrigindo provas enquanto os alunos faziam as atividades, é interpelado por uma aluna da quarta série: "- Professor, o que é mesmo um
hímen". Ele respondeu sem titubear: "- Ora bolas, eu já ensinei isso, é aquele tracinho que separa as palavras guarda-chuva, couve-flor e que agora não se usa mais em algumas palavras" e completou com um sermão: "- Vê se presta atenção da próxima vez hein".
* Um colega, que estava fazendo reformas na casa, me disse: "- Vou construir um poço
cartesiano na minha casa". Eu respondi, com cara de poço, digo de tacho: "Ah é..."
* Essa eu presenciei, aliás todos os meus colegas da graduação presenciaram. Uma colega do curso, uma moça até ingênua diria, estava compenetrada na aula de História Antiga quando a professora começou a discorrer sobre Xenofonte, um escritor grego e discípulo de Sócrates que viveu uns 400 a.C. Logo que a professora terminou a frase, ela levantou a mão e disse timidamente: "- Professora, esse tal de
Xenofonte tem alguma coisa a ver com aquela outra, a tal da
Xenofobia?" A professora pensou um segundo e respondeu: "De certa forma sim, ambos tem relação com estrageiro". Alguém da sala, com pensamento mais rápido, de cara sacou a piada e soltou uma gargalhada, seguida de um coro de risos. No calor da hora ri também, mas é verdade que foi meio constrangedor. Tem horas que é melhor ficar quieta e acho que ela aprendeu isso da pior forma possível.
Bem, tem várias, mas não lembro agora, a memória está falhando, deve ser por causa das
rusgas.