Gente, não estou dizendo que o desfoque é impossível, mas é fato que ele é muito mais "ralo" do que no filme. Eu tenho uma Finepix prosumer que tem um zoom de 10X, e para conseguir um bokeh parecido - veja bem, parecido - com o que eu consigo com a Helios que vem na minha Zenit velha de guerra, devo usar a lente na posição máxima do zoom, ou seja, o equivalente a 385mm(!), mesmo à f:3.1, que é claríssima para os padrões de câmeras prosumer, quando consigo um bokeh muito mais bonito na minha Helios de 58mm. E isso porque minha Finepix tem um sensor maiorzinho que o da minha antiga Nikon Coolpix; nesta última, era melhor esquecer.
E o papo da edição me lembra uma opinião que um repórter fotográfico dava sobre o avanço das digitais. Ele ressaltou que realmente é muito mais produtivo fotografar para uma publicação com câmeras digitais, afinal de contas você não perdia tempo em trocar filmes, não precisava carregá-los para lá e para cá, etc. Mas perguntado o que mudou na vida dele, ele foi irônico e enfático: na época do filme, fazíamos as fotos, levávamos para o laboratório e depois íamos tomar uma cerveja. E a repórter perguntou: "E agora?" E ele: "Agora a gente fica sentado na frente do computador editando tudo!" Achei hilário.
E Ric, o que acho que fugiu do tópico foi a comparação de preços de câmeras top, o que não é o propósito aqui. Mas levemos em consideração então: a minha Canon EOS 30, de corpo de alumínio e baioneta de metal me custou R$400,00. O que você compra digital com esse preço? Talvez uma Kodak Easyshare fedorenta. Talvez, rsrs. Não quero ser o chato, mas isso é verdade, não é? ;-)