Comparativo bem interessante da E-P1 com a GF1, inclusive comparando RAWs.
http://www.quesabesde.com/noticias/comparativa-olympus-e-p1-panasonic-lumix-dmc-gf1,1_5700
Acho que a era digital está muito focada em qualidade de imagem e velocidade do autofoco, sendo que estes são fatores importantes, porém são parte integrante de uma checklist maior. Se o flash embutido é importante, o que dizer do estabilizador de imagem built-in? Muitos amadores preferem uma câmera boa para fotografar sem flash (estabilizada, bom iso alto) do que um corpo com flash frontal embutido, que vai dar aquele preenchimento artificial e de pouca utilidade para amadores entusiastas. Plugar um transmissor wireless paraguaio na sapata junto com um flash de 30 reais via rádio faria um trabalho melhor em uma cobertura de evento, na minha opinião.
O autofoco mais rápido vence qualquer disputa, como se todos fossem fotografar esportes (e como se não fosse possível fotografar esportes na época do foco manual). Nisso a Pentax K7D é execrada pelos principais sites de análise. A Olympus também parece ir na contramão desses clichês.
A Panasonic, que subverteu com a série LX, criando um nicho novo, agora não quer mais arriscar. Colocou um filtro low pass que não filtra quase nada (deixa passar frequências acima da taxa de Nyquist), gerando um monte de erros de transcrição a nível de pixel. Olhando de longe, parece que a imagem é mais sharp, mas olhando os samples em resolução máxima em fotos com folhas de árvores, por exemplo, os crops lembram imagens interpoladas por "nearest neighbour" - que é mais ou menos o tipo de efeito causado pela câmera tentar reproduzir frequencias acima da taxa de Nyquist. Extremamente sharp, porém impreciso. Fica bonito em imagens reduzidas (que é o uso normal dos amadores).
Em áudio, se eu quero reproduzir frequências de 20 a 22050HZ (mais ou menos o range de frequências da audição humana), eu preciso primeiro colocar um filtro low pass cortando tudo acima de 22050; depois, é necessário amostrar o sinal a uma frequência de 44100Hz, pois o teorema de amostragem de Nyquist diz que precisamos amostrar um sinal ao dobro da máxima frequência. Na prática, é necessário mais do que isso em função do ruído e da falta de sincronização entre o dispositivo de amostragem e a fase do sinal. Se permitirmos que um sinal de frequência maior seja amostrado, ele vai gerar aliasing, ou seja, um sinal de baixa frequência que não existe no sinal de origem.
Em imagem, o aliasing é produzido quando permitimos que uma linha mais estreita do que a largura de uma fotocélula atinja o sensor. Essa linha aparecerá na foto como um padrão de baixa frequência. O problema é muito bem descrito
aqui:
http://www.wfu.edu/~matthews/misc/DigPhotog/alias/Observem agora a "nitidez" dessa foto da GF1 no DPReview, mostrada na galeria (
http://www.dpreview.com/gallery/panasonicgf1_samples/):
http://a.img-dpreview.com/gallery/panasonicgf1_samples/p1040116.jpgA folhagem, apesar de sharp, não parece apresentar um padrão "confuso"? A causa disso é mais fácil de ser entendida nos gráficos de resolução do DPReview (
http://www.dpreview.com/reviews/PanasonicGF1/page31.asp):
http://a.img-dpreview.com/reviews/PanasonicGF1/samples/resolution/panaGF1-res-f7p1-ACR-002.jpgA Panasonic, com isso, teve uma grande sacada: nitidez imbatível, porém imprecisa, mas quem se importa?