Não costuma me expressar nessas discussões, mas há pouco resolvi postar em um tópico semelhante no fotografiabrasil e vou repetir aqui, apenas para compartilhar minha visão com os colegas.
Não vou me alongar na discussão, pois sei que a maioria das pessoas que postam nos fóruns tem opinião diferente, mas não critico quem está começando e cobra pouco. Já fui iniciante na profissão, precisando me sustentar ao mesmo tempo em que ia ganhando experiência. Já fiz casamento com orçamento baixo, e disso montei meu primeiro álbum editorado de mostruário, que me possibilitou ganhar diversos outros clientes e cobrar um preço bem mais alto e que considero justo. Já fiz muita colação de grau para produtoras, ganhando pouco mas aprendendo muito de fotografia e conhecendo diversos fotógrafos que hoje são parceiros. Aliás, hoje ainda faço quando a agenda está vazia na data que me solicitam, me divirto no trabalho (é barbadainha depois que a gente pega o jeito), reencontro colegas de profissão, troco idéias, etc.
Quem está começando e precisa de grana tem que trabalhar no que aparece, e recebendo o que lhé é possível na conjuntura. Como cobrar R$2000,00 por um casamento sem ter feito nenhum casamento antes? Que noiva vai pagar isso sem ver nenhuma foto de casamento que o fotógrafo tenha feito? Como cobrar R$1600,00 por 20 fotos de um tipo que vc nunca fez, e que portanto o cliente não tem como saber o que estará comprando? Sei lá, na teoria o que foi dito aqui é ótimo, mas no dia-a-dia de muitos a realidade é diferente, e alguns passos desagradáveis precisam ser dados para se chegar onde se almeja.
O cliente, por sua vez, sabe que ao escolher um iniciante para economizar (muito) dinheiro e desdenhar de outro profissional que cobra mais mas oferece garantia de qualidade do trabalho, está apostando, arriscando. O dinheiro é dele, ele faz o que quer. Se quiser, pode inclusive não valorizar o trabalho de um fotógrafo. Quem de nós também não desdenha certas profissões ou serviços (que são, obviamente, valorizados por quem os pratica)? Tem coisas que compro pra mim (roupas, por exemplo), que não valorizo muito e que, portanto, compro sempre coisas das mais baratas (não pago mais de R$80,00 num tênis, por exemplo). Ignoro marcas consagradas, mais caras e geralmente de qualidade maior.
Mercado é isso, e quem entra tem que lidar com isso naturalmente, pois está no meio.
Minha opinião, baseada em minha experiência, que certamente é diferente da de muitos aqui (no fim, cada um tem uma trajetória....).