Concordo com você, Thiago. Ou seja, a idéia foi boa mas como foi executada não.
As fotos das modelos sem maquiagem poderiam ser MUITO melhores. Agora você me fez pensar, talvez a revista
não tenha sido tão honesta assim. Parece que joga para os leitores: "Tá vendo? Se você não utilizar produtos de beleza, vai ficar assim, com o cabelo desarrumado, cara de quem não quer amigos e os seios tortos."
Elas poderiam sorrir ao menos!
Eu nem tinha pensado nesse lado negro, é verdade isso, hein!
Defender a beleza na feiura coloca todo um novo contingente de consumidoras já desesperançosas com relação à própria beleza (as feias, rs) de volta ao mercado.
Matou a charada!
"Já que vc nunca vai ser bonita quiném a moça da propaganda da MAC, então seja mais ou menos comível assim quiném a gente usando Dove!"
Afinal, tem muito mais mulher feia que bonita por aí. É demanda reprimida.
Mas sem brincadeira: deve ser isso mesmo, Fabio.
Nossa! Nunca tinha pensado nisso!
Mas enfim, é aquela velha história, não existe publicidade boazinha. E portanto, na falta de antagonista, tb não existe a publicidade malvada. Existe publicidade, negócio, e todo mundo tem direito de ganhar dinheiro, né verdade?
Publicitários, fotógrafos, modelos, empresários, não são seres de outro planeta. São humanos, que vão ao banheiro e tb são sucetíveis à publicidade em suas vidas pessoais. Humanos como nós.
Estou falando isso só porque eu não concordo com esse entendimento de que "a mídia", "a publicidade" é quem aponta os destinos dos imbecis. O destino dos imbecis está selado, é servir. Isso é histórico, anterior à publicidade, e eu vejo na economia contemporânea com seu ambiente de ambição e disputa uma mobilidade muito maior do que em sociedades anteriores, no sentido pessoal. E a publicidade, é em parte, tb sustentáculo dessa dinâmica e mobilidade social.
Mas ela é feita pelo povo, por humanos, não é exógena. Quem define esses "padrões" é gente como nós aqui, dois braços, duas pernas e um cérebro. Não é uma silueta de uma careca gordo de terno fumando charuto, o "tio Capitalismo", ou o "Mr. Publicidade".
Somos nós. Nós é que somos imperfeitos e queremos ser perfeitos, pelo menos na revista, ou nos sentir perfeitos na hora de comprar uma calça jeans, ou um carro.
E que mal há nisso?
É isso que eu não entendo.