Astrofotografia é uma coisa bem interessante mas não é das coisas mais simples. Os niveis de luz e contraste são muito, muito baixos geralmente. Não dá para comparar com fotografias comuns, mesmo as noturnas. É outro patamar de dificuldade.
Mas isso não impede e inclusive torna o desafio bem interessante.
As opções básicas seriam:
1) Câmera com tripé fixo
O tripé tem que ser EXTREMAMENTE estável. A câmera, no seu caso uma digital com sensor APS, deve ser usada SEMPRE com um disparador de cabo, e a objetiva, com um parassol. Remova filtros. Quanto menos superfícies óticas, melhor.
2) Câmera com tripé astronômico com montagem equatorial. Vai permitir o acompanhamento do movimento aparente do céu. Dá para fazer com acompanhamento manual, mas dá muito trabalho e exige muita prática. O ideal é uma montagem equatorial que tenha tracking por dois motores, um para a ascenção reta (RA) e outro para a declinação. A montagem tem que ser alinhada exatamente ao polo sul celeste, senão o acompanhamento não funciona.
3) montagem tipo azimutal com acompanhamento computadorizado. É a mais fácil (ou menos difícil)
Com o tripé fixo, as exposições devem ser curtas, na faixa de 1s a 30s dependendo do comprimento focal da objetiva, senão acontecerá o "rastro" das estrelas. Se for este o objetivo, então tudo bem. Exposições na faixa de 15m a 3 horas são comuns.
Ao contrário do que reza a lenda, mais sensibilidade geralmente piora (e muito) as imagens celestes. O Ruído torna-se um inimigo sério.
Não se utilizam aberturas muito grandes, principalmente com zooms, pois as imagens são praticamente pontuais e qualquer imprecisão no foco aparece de forma berrante na foto. É o mesmo pesadelo na microfotografia. Macro é coisa de criança perto disso.
Você vai precisar (em princípio) de algo como uma 85mm, uma 200mm e eventualmente uma 300mm. Evite as zooms se quer algo realmente bom. Elas tem muitos elementos internos e isso é péssimo em astrofoto.
O ideal é um telescópio, newtoniano que seja (mas não os short tubes) de pelo menos 90mm de abertura. Recomendo pelo menos 120mm. Este telescópio deve vir acompanhado de um adaptador de 1.25" (da ocular) para a baioneta da sua câmera. O comprimento focal do telescopio pode ser algo entre 1000 e 2000 milimetros. Ele fará o papel de lente da câmera. Uma lente fixa.
Para as nebulosas, vai precisar de um filtro tipo dieletrico broadband ou narrowband
http://www.meade.com/catalog/meade_4000/meade_series_4000_nebular_filters.htmPrepare-se. São caros.
Já que falamos em MEADE, o ETX125-AT é bonzinho, usei muito.
MAs já vou avisando que nenhuma DSLR é realmente boa para isso. Um bom filme como um Provia 400F é muito superior a qualquer DSLR nesse sentido.
Outra opção são as câmeras tipo deep sky refrigeradas. Aí sim.
Se for optar por digital, recomendo estudar a técnica de stacking e fazer uma série de exposições curtas ao invés de uma longa. Entenda por curta, qualquer coisa menor que 15 minutos. Pesquise por REGISTAX e IRIS. Esqueça qualquer outro tipo de software. Não servem e pronto.
http://www.astronomie.be/registax/http://www.astrosurf.com/buil/us/iris/iris.htmPara nebulosas e galáxias, esposiÇões na casa de 1h-3h são comuns.
O correto mesmo é usar um filter holder com filtros R/G/B/Oxigenio II e III/Broadband e narrowband e eventualmente algum outro filtro expecífico, e fazer múltiplas exposicoes uma com cada filtro e depois combina-las.
Dá um trabalho miseravel , mas quando sai bom, é de tirar o folego.
Boa sorte aí !
A propósito, as MTO500 e MTO1000 russas sao boas , e são alternativas baratas aos telescopios, mas vai precisar do tripé de qualquer maneira.