Sem trocadilhos, isto é um retrato do mercado, da quantidade de gente que compra uma câmera, resolve ser fotógrafo profissional - viver da fotografia como ganha-pão - e faz qualquer coisa pra pagar as contas.
A necessidade de gerar notícia por parte de clientes, "celebridades", veículos e "wanna-bes" demanda um volume que não é compatível com qualidade. Daí os exageros em nome da "arte" da fotografia: ângulos esquisitos, foco seletivo fora de foco, imagens tremidas, sobre-exposição, tudo vira "arte" nessa era digital.
Eu não reclamo mais, só lamento a banalização, nivelação por baixo de uma coisa que eu gosto muito. Mas, pensando bem, não é disto que eu gosto. É fotografia. Avedon, Adams, Salgado, Bresson, Doisneau, Lindbergh, Allard, Ritts e por aí vai.
O resto é registro de notícia, muitas vezes enviado por leitor para se economizar verba. Nessa hora, foto-jornalista profissional - que tem compromisso com a fotografia além das contas - faria a diferença. Mas com o salário de fome que pagam, esta é mais uma raça em extinção.
Tempos modernos. Esta não é a evolução que eu imaginava para o mundo.
Abs,
José Azevedo