Carta Aberta às Editoras
O presente manifesto tem o intuito de resgatar o respeito a nossa Língua Portuguesa tão sacrificada ultimamente, aos Fotógrafos (sejam profissionais ou amadores, não importa) e ao leitor que é amante da fotografia.
Ocorre que, infelizmente, as Editoras especializadas em publicar livros de fotografia no Brasil, talvez por razões econômicas, preferem trazer obras de colegas estrangeiros e “despejar” no mercado nacional.
Digo despejar no sentido literal, uma vez que o nível de tradução das obras é, no mínimo, sofrível.
Sério, eu me sinto um “burro” quando leio esses livros pessimamente traduzidos. Sou um leitor frenético (herança do meu pai), e estou acostumado com um errinho aqui, outro ali. Lógico, ninguém é perfeito, muito menos este que vos escreve.
Mas convenhamos, o que a Editora Photos e a Alta Books estão fazendo merece ser divulgado, repensado e revisto, pois é um ATENTADO ao nosso riquíssimo e belo idioma. E um total descaso com seus clientes: os Fotógrafos.
Da Editora Photos tenho nada menos do que 08 (oito) livros. Sete deles são horrivelmente traduzidos, além de erros gramaticais e revisionais de texto. Confesso que persisti no erro, já que sempre tinha esperança de o próximo livro não conter os erros dos anteriores... ledo engano... errar é humano... e eu persisti no erro... podem completar a lacuna “____________”, ... mereço! Fiz um mal investimento.
Da Editora Alta Books, tenho um único livro (“Os diários da luz sublime”). Adquiri semana passada, mas está difícil de virar a página... não consigo passar da página 15.
O pior é que nos créditos desses livros aparecem os tradutores, o revisor gramatical e o revisor técnico... eu pergunto: para quê?????
Daria no mesmo se jogassem o texto no Google Translator, depois copiassem e colassem. Já que o problema é custo, seria uma boa opção, pois a qualidade seria a mesma.
Além do que, o desmerecimento aos profissionais brasileiros e os estrangeiros que aqui vivem é patente. Por que mal traduzir um livro se temos excelentes fotógrafos “made in Brazil”? A única resposta que vislumbro é: custo baixo, my darling.
Como não temos opção e o mercado brasileiro de fotografia está super aquecido, é muito mais interessante as editoras “darem um tapa” numa obra já existente (que nos originais devem ser boas) e oferecerem a seus clientes-consumidores-leitores-profissionais-parceiros, um material muito mal traduzido e a custos nada convidativos.
Conheço colegas de profissão e excelentes professores aqui no Brasil que fariam obras tão boas ou melhor do que as publicadas.
Já as obras de autores brasileiros publicadas pelas mesmas Editoras acima, merecem ser lidas: pelo conteúdo e pela gramática perfeitos, e dignas de serem traduzidas a outros países. Minha dúvida: será que foram?
Editoras: invistam no “know-how” brasileiro, vocês só terão a ganhar!!!!
Se você compartilha do mesmo pensamento que eu, compartilhe o texto. Vamos nivelar o mercado de fotografia por cima, valorizar o autor e seu leitor, prestigiar os fotógrafos brasileiros e os estrangeiros que aqui residem.
Marcelo Pretto