Esse suposto relativismo assume facetas interessante em discussões como esta. Por um lado, assume-se que cada um possui valores morais e éticos próprios e que, portanto, não se pode admitir uma regra única para a fotografia. Por outro lado, no mesmo argumento se defende que não se deve perguntar para o fotografado se ele concorda em ser fotografado, não sendo nem mesmo preciso comunicá-lo disso. Ora, se possuímos visões diferentes sobre o assunto, porque deixar de fora justamente a opinião de quem está sendo fotografado? No final, todos pensamos diferente, mas a idéia que vale é a do fotógrafo? No fim, por trás de um suposto relativismo esconde-se a imposição de um poder quase ditatorial, que é o poder de quem está com a câmera na mão e que pretende usar a imagem das pessoas da forma que bem entender.
Sobre fotografia na rua, acho o seguinte: se estamos fotografando um evento ou local público (carnaval, passeatas, um parque, etc), é natural que apareçam pessoas na foto. Mas elas são coadjuvantes na cena, são parte de um "todo" que as ultrapassa. Nesse caso, não vejo probemas em fotografar e exibir as fotos em fotologs da vida, desde que nenhuma das pessoas que aparecem na foto estejam expostas ao ridículo, à situações que de alguma forma possam denegrir sua imagem contra a sua vontade. Agora, em retratos ou cenas onde as pessoas é que são protagonistas, é idispensável que se ouça e respeite a opinião desses protagonistas.
Eu acho que é diferente. Vamos ignorar o exemplo do carnaval, onde ao fotografar um carro alegórico você talvez pegue os passistas na imagem; eles são só o fundo, não o tema principal, então está tudo certo.
Agora quando a pessoa é o tema central, as coisas ficam ambíguas. Como eu disse antes, minha opinião pessoal é a de não pedir autorização. Afinal não sou uma revista de fofocas tipo Caras ou IstoÉ Gente, não estou interessado na imagem da pessoa, ou na vida dela, só estou interessado na composição.
Ao se fotografar um pai e filha brincando no parque, o fotografado pode argumentar que você está invadindo a intimidade dele, mas na realidade você não está. Você não está fotografando a vida dele exatamente, não te interessa, como fotógrafo artístico, quem ele é; para a foto ele não tem rosto, é anônimo. O fotógrafo só deve estar interessado na composição da imagem. Lembrando que estou falando de uma foto artística, feita como hobbye. Ainda assim é difícil convencer a pessoa fotografada disso.
Se a fotografia em questão é feita com fins jornalisticos, a pessoa no parque seja um ator famoso e você vá colocar a foto na capa da Caras, aí sim a atitude do fotógrafo pode ser considerada certa ou errada. E ainda assim não julgo o papparazzi, pois a maioria dos fotógrafos de celebridades sabe que está invadindo a vida dos outros. Só fico puto com aqueles que tentam fingir que não estão fazendo o que estão fazendo, dizendo que a celebridade "é uma pessoa pública" e ele tem o direito de fotografar ela.