Autor Tópico: Cobertura fotografica de casamento homoafetivo  (Lida 18616 vezes)

Roberto Dellano

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Resposta #195 Online: 26 de Junho de 2013, 13:04:39

Acredito que sim mas, da mesma forma, vai ser uma exceção à regra...

Ai que está o ponto Teté.
O hétero que se descobriu gay, pode ter apoio psicológico se precisar, mas o gay que se descobriu hétero não.


Humberto Yoji

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Resposta #196 Online: 26 de Junho de 2013, 13:06:43
Ai que está o ponto Teté.
O hétero que se descobriu gay, pode ter apoio psicológico se precisar, mas o gay que se descobriu hétero não.


Claro que pode. O apoio psicológico ele vai ter. O que não pode é o psicólogo tentar mudar a orientação sexual do paciente, seja pra um lado, seja pro outro. Esse é o ponto.


Só que dá uma lida na parte que acrescentei no post anterior. É uma situação muito difícil de ocorrer, concorda?


sri_canesh

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Resposta #197 Online: 26 de Junho de 2013, 13:08:05
Acredito que sim mas, da mesma forma, vai ser uma exceção à regra...


Editado: mas, só pra acrescentar, é muito mais fácil alguém reprimir uma orientação homossexual do que o contrário, certo? Homossexuais são reprimidos desde a infância, então não é de se surpreender que alguém só descubra que é homossexual depois de velho. O contrário é bem mais difícil de acontecer, alguém que tenha sua orientação heterossexual reprimida desde a infância.

Mas pode ser que aconteça, nunca se sabe, os pais podem estimular a criança a ser homossexual e, depois de velha, a pessoa vai descobrir que é heterossexual. Sinceramente, não me surpreenderia.

Existe uma frae altamente pejorativa que diz : "esse aí só está esperando a mãe morrer para se assumir", mas que não deixa de ter um fundo de verdade. Muitas vezes a orientação está lá reprimida por questões familiares, o cara foi condicionado desde pequeno a achar que é errado e que seria uma vergonha para a família. Depois a família se vai ai e ele se sente mais a vontade para assumir sua verdadeira orientação.





Lordakner

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Resposta #198 Online: 26 de Junho de 2013, 13:10:44
E sem fugir muito do assunto do tópico, conheço muita gente que não é religiosa e ainda assim abomina o homossexualismo.
Então tem que tomar muito cuidado com essas generalizações.
Eu também conheço pessoas não religiosas e preconceituosas. (nem estou dizendo contra homossexuais, especificamente)
Entretanto esse preconceito, geralmente, está sob o controle dos mecanismos sociais.
Elas não se sentem à vontade para ficar dizendo que determinados grupos são "Aberrações", "Afrontas à Deus", "Causadoras de Tsunamis" etc.
Como você mesmo frisou, o meio em que elas vivem não favorece isso.
Então elas curtem o preconceito delas no recinto silencioso de seus lares, ou em pequenos círculos.
Não vão para a TV nem sobem em púlpitos para destilarem o ódio e serem aplaudidas ainda.  :)
 
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Humberto Yoji

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Resposta #199 Online: 26 de Junho de 2013, 13:11:31
E, só pra deixar claro mais um ponto, nunca houve uma "cura hetero". Já a "cura gay" realmente existiu, e era praticamente uma tortura psicológica para fazer a pessoa mudar a orientação. O parágrafo único que querem derrubar foi inserido ali nesse intuito, para combater uma prática que existiu. Não é algo genérico e sem propósito.

Se um dia chegarmos ao ponto de existir uma "cura hetero" nos mesmos moldes da "cura gay", certamente será proibida também pelo CFP.


Lordakner

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Resposta #200 Online: 26 de Junho de 2013, 13:17:23
E, só pra deixar claro mais um ponto, nunca houve uma "cura hetero". Já a "cura gay" realmente existiu, e era praticamente uma tortura psicológica para fazer a pessoa mudar a orientação. O parágrafo único que querem derrubar foi inserido ali nesse intuito, para combater uma prática que existiu. Não é algo genérico e sem propósito.

Se um dia chegarmos ao ponto de existir uma "cura hetero" nos mesmos moldes da "cura gay", certamente será proibida também pelo CFP.
Em Barbacena, MG, era comum internarem pessoas cujo problema seria a Homossexualidade.  :)
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fernandomaues

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Resposta #201 Online: 26 de Junho de 2013, 13:24:48
Ai que está o ponto Teté.
O hétero que se descobriu gay, pode ter apoio psicológico se precisar, mas o gay que se descobriu hétero não.
Gay que descobriu ser hetero?  :eek: :eek: :eek: :eek: Ahã, entendi, a sociedade toda, pai, mãe, vizinhos, todo mundo pressionou o cara para ser gay, disse que ele ia ser olhado com desprezo, achincalhado, agredido se fosse hetero; ele ouvia sempre no colégio que o pior xingamento do mundo era "seu machinho"; aí ele ficou a vida fora do armário e, só agora, teve coragem de assumir e se trancar lá dentro. Ah, tá, beleza...


dondon

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Resposta #202 Online: 26 de Junho de 2013, 13:57:03
Conheço um homem, que aos 47 anos de tornou gay, não foi opção?

Digamos que 99% dos casos assim, homens que levaram uma vida hétero durante décadas e "de repente" viram gays, na verdade SEMPRE foram gays (ou bi) e em determinado momento da vida percebem que para seu bem-estar é necessário assumir sua sexualidade natural e deixar de tentar "ser hétero" pela pressão social. Casos assim, tanto de homens quanto de mulheres, existem aos montes. É natural, há décadas atrás assumir-se gay (ou não hétero) era ainda mais difícil do que é hoje, muitas pessoas "não hétero" mantiveram suas vidas pautadas na heteronormatividade até que, nos tempos atuais, perceberam que poderiam sair do armário e não serem apedrejadas em praça pública.

Há diversos casos de bissexuais também, que vivem livremente sua sexualidade na juventude, apaixonam-se e casam com pessoas do sexo oposto, vivem décadas assim e de repente conhecem alguém do mesmo sexo e se apaixonam e assumem essa relação. Nada de errado nisso, conheço vários casos.

Seja hétero, homo ou bissexual, ninguém opta, ninguém escolhe, não há ação voluntária. É da natureza. Permitir-se viver as relações afetivas assim ou assado, isso pode ser opção. Claro, não é difícil imaginar o quão penoso, dolorido e frustrante deve ser negar sua sexualidade autêntica durante décadas.  :doh:

O que a "cura gay cristã atual" defende é exatamente isso, um armário eterno. "Você é gay, ok, mas se tiver relações com pessoas do mesmo sexo será pecador. Portanto, esqueça sua natureza e adote um estilo de vida hétero-cristão, case-se sem amar, tenha filhos e seja (in)feliz para sempre".

[]s


dondon

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Resposta #203 Online: 26 de Junho de 2013, 14:03:30
Um gay ... qua já nascera orientado para tal, pode se descobrir hétero?

Via de regra, não. Ele não seria gay, nem hétero, seria bissexual. Assumindo que o desejo e afeto estão direcionados, simultaneamente ou não, a pessoas do mesmo gênero e do gênero oposto.

Entre o gay absoluto e o hétero absoluto existem inúmeras variantes de bissexualidade.

Devemos pautar que, numa sociedade saudável, as pessoas sejam elas hétero, bi ou homossexuais possam viver suas vidas afetivo-sexuais sem amarras da hipocrisia e do preconceito.  :ok:

[]s
« Última modificação: 26 de Junho de 2013, 14:04:55 por dondon »


Roberto Dellano

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Resposta #204 Online: 26 de Junho de 2013, 16:11:00

Claro que pode. O apoio psicológico ele vai ter. O que não pode é o psicólogo tentar mudar a orientação sexual do paciente...

Ai sim, esclareceu minha duvida. Simples.





jefersonpaz

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Resposta #205 Online: 26 de Junho de 2013, 17:15:53
Não existe essa coisa de virar gay. O que existe é cair a ficha de que você sempre foi gay.

Vou usar de novo minha história. Desde criança já percebiam que eu era diferente. Tive poucos episódios de bullying homofóbico na escola pois gostava de estar com as meninas apesar de não curtir as brincadeiras de meninas (casinha, boneca). Quando era pra brincar as vezes queria faze-lo com os meninos, mas nem sempre era aceito pois algumas brincadeiras deles também ao me agradavam (futebol, lutas, carros). Passei toda a adolescência trancado em casa, sem amigos, sem balada nem vida social. Tinha fobia social, não gostava de tirar a camiseta em publico mesmo em situações em que deveria usar traje de banho. Namoro então nem se fala. Eu até desconfiava que era gay pois a gostosa da classe para a maioria dos guris eram as meninas cheinhas, com curvas e cujo rosto nem sempre era bonito. Eu cheguei a me apaixonar por menina, mas ela era magérrima com um rosto de boneca. Nada sexy. Já atração carnal mesmo era com os garotos, mas eu achava que isso era tipo, uma vontade de ter o corpo parecido com o deles e não atração sexual. Assim foi até os 25 anos quando encontrei um tópico no orkut sobre vergonha do corpo. Nele vários garotos relatavam os transtornos que isso lhes causava. Me identifiquei. Comecei a ler relatos daqueles que superaram. Quase todos indicaram musculação para elevar a auto estima. Lá fui eu, morrendo de vergonha de entrar na academia. Um mês depois, treinando 5 vezes por semana sem nenhuma falta, durante o banho percebi meu corpo diferente. Primeiro desafio: Ter coragem de por uma regata e sair pra passear. Consegui, querendo cavar um buraco no chão, mas consegui. Segundo desafio: beijar uma menina, afinal aos 25 anos ainda não tinha feito isso. Fiquei com uma colega que trabalhava comigo como editor num estúdio. Nem senti nada. Em 2009 entrei numa escola de teatro com intuito de perder a timidez e quem saber arrumar uma namorada. La conheci varias pessoas, entre elas um rapaz que tinha acabado de se separar da esposa com quem esteve por 11 anos. Ele me contou que casou porque é de uma família tradicional, então ele próprio achou que era importante pra família ele casar com uma mulher e ter filhos. Só que ele aguentou agir contra a natureza dele durante 11 anos e se cansou. Ele me questionou se eu era gay e eu neguei. Logo outros colegas me questionaram o mesmo. Eu neguei, mas comecei e considerar a hipótese. Até que em outubro daquele ano eu resolvi dar um basta. Afinal ja tinha tentado namorar meninas e sempre no final me tornava amigo de infância delas. E nada de o clima esquentar. Resolvi ir numa boate gay a convite de uns amigos. Antes de entrar lá eu me permiti beijar um rapaz. E foi totalmente diferente de beijar uma menina. Porque eu gostei. Fiquei virgem de sexo até os 26 anos. Nunca transei com mulher. Até tenho curiosidade, confesso, mas não chega ao ponto de eu ir atras disso e jamais casaria com uma. Mas enfim, o primeiro beijo num rapaz foi dia 12/10/2009. No dia seguinte contei a minha irmã e ao meu padrinho de batismo que é gay. Ele me disse que tava só esperando eu me assumir e falou que quando ele se assumiu meu pai pediu pra ele não me influenciar. Como ele sabia desde que eu era criança que eu era gay ele se afastou propositalmente porque sabia que seria responsabilizado quando eu me assumisse. Raramente nos viamos, mas segundo ele, toda vez que ele e meu pai se encontravam ele tentava abordar o assunto e desmistificar para que quando chegassea hora meu pai estivesse preparado. Teve uma vez que ele convidou meu pai pra ir num bar bem conceituado e só lá meu pai viu que se tratava de um bar gay. Porque assim meu pai veria que esse mundo não é só de promiscuidade como muitos pensam. Deu certo. toda minha família sem exceções, me aceita, me apoia e não finge que meu namorado é meu amigo. Eles sabem que é meu namorado. Mesmo meu avô que sempre foi machista continuou o mesmo comigo.

Meus problemas depois disso terminaram, gente. Não sou muito fã de exibir meu corpo ainda, mas se vou na praia não deixo mais de colocar um traje de banho. Perdi a fobia social. Continuo tímido, mas isso é da minha natureza. Me achei profissionalmente na fotografia, ainda estou começando. Tudo pra mim foi tardio. Tudo minha irmã mais nova fez primeiro que eu: primeiro beijo, ensino superior, posicionamento profissional, namoro. Mas pude entender que a raiz de todos os meus bloqueios era a não aceitação da minha sexualidade. Era eu ter que cuidar meus gestos, minha fala, minha risada, meu andar, tudo pra ninguém dizer que eu era gay.

E aí? Ainda acham que alguém VIRA gay? É uma questão de auto-conhecimento que cada um fará dentro do seu tempo.
« Última modificação: 26 de Junho de 2013, 17:18:43 por jefersonpaz »
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Resposta #207 Online: 26 de Junho de 2013, 18:37:07
Faria as fotos sem problemas; :ok:
Só penso que casamento homoafetivo soa um pouco mais preconceituoso do que casamento gay. :assobi:
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Resposta #208 Online: 26 de Junho de 2013, 19:02:14
Deixa eu ver se entendi então...

Se um hétero quiser se tornar um gay, beleza ... Mas se um gay quiser se tornar um hétero, ele é um desorientado?

Gay é gay. O heterossexual que quer ser gay, já era um gay. Ele era heterossexual apenas porque se mostrava assim para a sociedade, que certamente fica surpresa quando ele assume sua sexualidade.
Um gay querendo ser hétero, na realidade, quer entrar no armário para se proteger dos preconceitos.
Não deve ser nada fácil sair do armário.


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Resposta #209 Online: 26 de Junho de 2013, 21:48:50
Só penso que casamento homoafetivo soa um pouco mais preconceituoso do que casamento gay. :assobi:

Discordo. Eu sou gay e acho qualquer um dos dois termos funciona. O caso é que muitos homossexuais não tem identidade de gênero gay. E o casamento vale pra todos os LGBT.
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