Gente, realmente, é complicado ser bom em alguma coisa hoje em dia.
Vejam só a lógica do nosso tempo:
1 Vou pôr uma bonitinha na capa da minha revista este mês;
2 Se ela não for tão bonitinha, eu peço pra produção mandar ver no make-up;
3 Tenho que lembrar também do figurino;
3 Aí eu peço pro fotógrafo pegar a menina, que a essa altura pode ser alguém laçado na rua, e fazer um ângulo pungente e envolvente, que seduza e encante, e principalmente, que venda horrores só porque o púlico vai querer ter ela em casa;
4 Depois eu pego o pessoal da criação gráfica e lembro que aquela foto, como seja, vai ter que ficar melhor.
Isso do ângulo do chefe, eu presumo que seja uma linha de raciocínio padrão. O problema é como as "linhas" desse raciocínio funcionam:
1 Isso não é problema meu; não ganho o bastante para me esforçar nesse trabalho.
Será que eu estou pensando demais? Eu vejo essa linha de raciocínio em quase todas as atribuições humanas. Pensa nisso quando vir a próxima foto. Mais ainda, sempre que qualquer coisa envolver uma linha de produção, esses sintomas aparecem.
Quando você pedir um salgado na rua, mesmo num lugar bacaninha e ele vir seco e sem gosto, experimente reclamar.
O impressionante é que nem sempre é assim, podemos ver diversos produtos que são concebidos em linhas de produção e dão certo. Mesmo que você não goste de Coca-Cola, vai concordar comigo que praticamente todas as garrafas te oferecem o mesmo líquido, com o mesmo sabor. É uma única matéria, praticamente dependendo apenas de como é armazenada e servida no destino final.
Mas não é um produto artístico, é apenas um produto.
Ah, sei lá, pra variar acho que pirei.