Autor Tópico: campanha contra estupro  (Lida 22377 vezes)

Aria

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Resposta #90 Online: 02 de Abril de 2014, 21:25:10
Aria, não são contraditórias. O que é estranho é alguém achar que uma mulher merece ser estuprada.

É estranho mesmo... Os critérios da pesquisa podem até ser questionados, mas, infelizmente, tem gente que pensa assim sim. Acho que a pesquisa foi deliberadamente maliciosa, mas confesso que não vi mal nisso não. É o tipo de pesquisa que é pra ler nas entrelinhas mesmo. Claro que ninguém, numa conversa, diria que uma mulher merece ser estuprada, mas é comum ver pessoas que acham que a forma como a mulher se veste incita o estuprador. No fundo, é uma maneira de dizer que parte da culpa é da mulher... Pra essas pessoas é como se a mulher estivesse dando mole e, então, recebeu o que queria. :no:


 
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jjvgarcia

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Resposta #91 Online: 02 de Abril de 2014, 21:48:19
É estranho mesmo... Os critérios da pesquisa podem até ser questionados, mas, infelizmente, tem gente que pensa assim sim. Acho que a pesquisa foi deliberadamente maliciosa, mas confesso que não vi mal nisso não. É o tipo de pesquisa que é pra ler nas entrelinhas mesmo. Claro que ninguém, numa conversa, diria que uma mulher merece ser estuprada, mas é comum ver pessoas que acham que a forma como a mulher se veste incita o estuprador. No fundo, é uma maneira de dizer que parte da culpa é da mulher... Pra essas pessoas é como se a mulher estivesse dando mole e, então, recebeu o que queria. :no:

Até consigo entender, mas sempre achei estranho uma mulher que foi estuprada se sentir culpada. 

É um assunto complexo e acho que na maioria das vezes nem importa como a mulher está vestida. Mas eu só acho.

Não sei o motivo pelo qual essa pesquisa foi feita, mas para mim ela não tem muito valor a partir do momento que parte de palavras abstratas e a interpretação é de muito pessoal.



sri_canesh

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Resposta #92 Online: 02 de Abril de 2014, 22:09:27
Os pesquisadores fizeram a pesquisa para ignorantes acreditarem nela.

Qualquer um que pensar um pouco conclui que foi feita da forma errada ou com outros motivos.

Conhecemos muito bem o IPEA e suas figurinhas.

Sim, mais fácil criticar a pesquisa do que aceitar, em números, o que se vê informalmente no dia a dia.

Só queria saber quais seriam esses outros motivos. Mesmo indo pela modinha atual de achar que tudo é culpa do PT, gostaria de saber no que isso ajudaria ele.


RafaZ

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Resposta #93 Online: 02 de Abril de 2014, 22:36:13
...Claro que ninguém, numa conversa, diria que uma mulher merece ser estuprada, mas é comum ver pessoas que acham que a forma como a mulher se veste incita o estuprador...

Infelizmente já ouvi dizerem isso e coisa pior. Na verdade não é bem assim, que merece ser estuprada, é algo mais na linha de "mas também, com essa roupa...".

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coposdeagua

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Resposta #94 Online: 03 de Abril de 2014, 00:51:17
Os pesquisadores fizeram a pesquisa para ignorantes acreditarem nela.

Qualquer um que pensar um pouco conclui que foi feita da forma errada ou com outros motivos.

Conhecemos muito bem o IPEA e suas figurinhas.

Por favor, adoraria ver como você sustenta essa opinião. Partilhe de seus insights políticos.
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Claudio Rombauer

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Resposta #95 Online: 03 de Abril de 2014, 08:18:51
Por favor, adoraria ver como você sustenta essa opinião. Partilhe de seus insights políticos.

Já me convenceram de que estou errado quanto à competência da pesquisa.

Foi muito bem feita.


Claudio Rombauer

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Resposta #96 Online: 03 de Abril de 2014, 08:20:34
Sim, mais fácil criticar a pesquisa do que aceitar, em números, o que se vê informalmente no dia a dia.

Só queria saber quais seriam esses outros motivos. Mesmo indo pela modinha atual de achar que tudo é culpa do PT, gostaria de saber no que isso ajudaria ele.


Eu estava errado nos meus argumentos quanto à metodologia da pesquisa, peço desculpas.
« Última modificação: 03 de Abril de 2014, 08:29:52 por Claudio Rombauer »


Claudio Rombauer

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Resposta #97 Online: 03 de Abril de 2014, 09:06:20
Até consigo entender, mas sempre achei estranho uma mulher que foi estuprada se sentir culpada. 

É um assunto complexo e acho que na maioria das vezes nem importa como a mulher está vestida. Mas eu só acho.

Não sei o motivo pelo qual essa pesquisa foi feita, mas para mim ela não tem muito valor a partir do momento que parte de palavras abstratas e a interpretação é de muito pessoal.

Imaginar alguém a favor do estupro, pra mim é algo inconcebível. Mas não foi isso que a pesquisa concluiu. O pensamento da maioria dos brasileiros é algo tão distante do meu pensamento, tão diferente do que pensam as pessoas que eu conheço bem, que acabei duvidando que isso fosse possível, e tentei desmerecer a pesquisa, de forma equivocada.

Talvez eu, na minha ingenuidade, ou burrice, como alguns puderam constatar, não conheça mesmo a maioria dos brasileiros, e depois desta pesquisa, fico ainda mais triste em saber que vivo em um país onde a maioria pensa desta forma.

É um dado assustador imaginar que a maioria absoluta dos brasileiros realmente achem que uma mulher mereça o estupro, independente do que ela faça. Quem, como eu, já teve uma namorada que sofreu isso, sabe que o estrago na cabeça da pessoa é incurável.

Mesmo que a pesquisa tenha sido feita de forma equivocada, sou obrigado a admitir que ela revela dados alarmantes sobre a forma de pensar do brasileiro padrão.
« Última modificação: 03 de Abril de 2014, 09:12:57 por Claudio Rombauer »


RafaZ

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Resposta #98 Online: 03 de Abril de 2014, 10:24:05
Imaginar alguém a favor do estupro, pra mim é algo inconcebível. Mas não foi isso que a pesquisa concluiu. O pensamento da maioria dos brasileiros é algo tão distante do meu pensamento, tão diferente do que pensam as pessoas que eu conheço bem, que acabei duvidando que isso fosse passível

Fiquei com sensação semelhante. Às vezes me sinto vivendo em uma bolha, fico muito limitado ao mundo das pessoas próximas e tenho a impressão que estou desconectado do mundo real, por mais que acompanhe os acontecimentos pelos meios de comunicação.

Fico pensando como este país é grande e heterogêneo. Não faço ideia do que se passa na cabeça de uma dona de casa de Porto Alegre ou de um sertanejo do Maranhão.

Praticamente todas pessoas com quem convivo têm ideias e filosofias de vida similares. Mesmo algumas sendo petistas roxas e outras tucanas fanáticas, por impressionante que pareça.

Mesmo aqui no fórum formamos um grupo bastante homogêneo, comparado com a população brasileira.

Espero poder em breve pelo menos expandir os limites da bolha, que hoje estão ainda mais estreitos devido ao trabalho e à atual situação familiar.
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Claudio Rombauer

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Resposta #99 Online: 03 de Abril de 2014, 10:27:01
Fiquei com sensação semelhante. Às vezes me sinto vivendo em uma bolha, fico muito limitado ao mundo das pessoas próximas e tenho a impressão que estou desconectado do mundo real, por mais que acompanhe os acontecimentos pelos meios de comunicação.

Fico pensando como este país é grande e heterogêneo. Não faço ideia do que se passa na cabeça de uma dona de casa de Porto Alegre ou de um sertanejo do Maranhão.

Praticamente todas pessoas com quem convivo têm ideias e filosofias de vida similares. Mesmo algumas sendo petistas roxas e outras tucanas fanáticas, por impressionante que pareça.

Mesmo aqui no fórum formamos um grupo bastante homogêneo, comparado com a população brasileira.

Espero poder em breve pelo menos expandir os limites da bolha, que hoje estão ainda mais estreitos devido ao trabalho e à atual situação familiar.

Existe um abismo entre a forma de pensar do brasileiro padrão desta pesquisa e a nossa, pelo menos em relação ao assunto que a pesquisa abordou. Eu sei que tem gente que se sente mal com um casal de gays se beijando no ônibus, ou com uma mulher de bermuda mínima e seios à mostra, mas daí a imaginar que alguém mereça ser vítima de um crime hediondo, pra mim é algo inimaginável, mas que estou me esforçando pra assimilar e entender que o a maioria dos brasileiros tem este pensamento horroroso.
« Última modificação: 03 de Abril de 2014, 10:31:14 por Claudio Rombauer »


RafaZ

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Resposta #100 Online: 03 de Abril de 2014, 10:33:15
Só pra explicar melhor, Cláudio, só usei seu parágrafo de gancho pra uma auto reflexão, não tô dizendo que você vive em uma bolha nem nada do tipo.
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Claudio Rombauer

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Resposta #101 Online: 03 de Abril de 2014, 10:41:31
Só pra explicar melhor, Cláudio, só usei seu parágrafo de gancho pra uma auto reflexão, não tô dizendo que você vive em uma bolha nem nada do tipo.

Não achei que você sugeriu nada, e não ficaria incomodado se sugerisse, até sinto que deva viver mesmo em uma espécie de bolha, pois não acreditei à primeira vista que o brasileiro fosse capaz de pensar da forma como a pesquisa mostra. Ela revela muita crueldade no nosso povo, infelizmente.

Eu fui criado de um jeito muito diferente, meu pai era um sujeito muito honesto, devolvia troco, náo furava fila, pagava todos os impostos. Pra você ter uma idéia de como sou diferente do padrão brasileiro, eu uso câmera com NF e softwares originais, penso que é o correto.
« Última modificação: 03 de Abril de 2014, 10:42:58 por Claudio Rombauer »


Humberto Yoji

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Resposta #102 Online: 03 de Abril de 2014, 10:42:35
Compartilho da opinião do RafaZ e do Claudio. Esse tipo de pensamento é algo bem distante do meu círculo de convivência, e pra mim é difícil imaginar que tem gente que realmente pensa esse tipo de coisa. Acho que, de certa forma, todos nós vivemos dentro de suas respectivas bolhas. Quando eu estava no meio acadêmico minha bolha era menor ainda, mas só me dei conta disso depois que saí de lá.

Mesmo dentro do meu círculo de amizades eu conheço gente que não suporta ver um casal de gays e acha que eles devem apanhar mesmo. E não é raro ouvir comentários do tipo "tá pedindo" quando passa uma mulher de saia curta.

Acho que a pesquisa realmente pode induzir a algumas respostas, pois quando se ouve a frase, a palavra "merece" pode passar meio despercebida, fica uma certa sutileza mesmo. Se trocasse a palavra "merece" por "tem mais chances de", será que o resultado da pesquisa seria muito diferente?


Paulo Arruda

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Resposta #103 Online: 03 de Abril de 2014, 10:42:49
Bom... vamos lá, dar a cara a tapa...rsss

http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/2014/03/29/estupro-machismo-culpa-levante-a-plaquinha-eu-nao-mereco-ser-enganada-pelo-ipea-e-mais-maioria-defende-pena-de-morte-ou-prisao-perpetua-a-estupradores/

Eu li a matéria acima e confesso que tirando os excessos partidários a análise em relação à pesquisa EMHO está correta.
Desde que tive acesso à pesquisa percebi que realmente ela foi mal conduzida, tendenciosa e sua base de dados foi mal estabelecida.
Novamente, EMHO, os resultados não refletem a realidade.
Se será utilizada com fins políticos aí já não sei... pode ser que sim, ou pode ser também a "teoria da conspiração", embora dos políticos brasileiros eu não duvide de nada, INDEPENDENTE a qual partido pertençam... são quase todos farinha do mesmo saco (porque pelo amor de Deus, alguém honesto deve ter nessa bagaça).
Abs.
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RafaZ

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Resposta #104 Online: 03 de Abril de 2014, 12:06:35
Acho que a pesquisa realmente pode induzir a algumas respostas, pois quando se ouve a frase, a palavra "merece" pode passar meio despercebida, fica uma certa sutileza mesmo. Se trocasse a palavra "merece" por "tem mais chances de", será que o resultado da pesquisa seria muito diferente?

Não sei qual seria o resultado, mas a pergunta fica absolutamente diferente.

É o mesmo que perguntar "se eu for fotografar com minha câmera grande em algum lugar reconhecidamente perigoso, eu MEREÇO ser assaltado?". Alguns podem dizer que mereço, para deixar de ser "mané". Eu particularmente acho que todo mundo merece segurança, tranquilidade e respeito ao direito de ir e vir. Mas não dou sopa com meu equipamento nem no playground do meu prédio.

No caso da violência sexual, a minha *impressão* é que a roupa não tem correlação com a probabilidade de alguém ser violentado. E mesmo se houver, o velho mantra da estatística se aplica: Correlação não implica causalidade.

Já foi bem lembrado aqui que em certos países onde se usa burca o índice de estupro são alarmantes.

Acho que o termo "merece" foi bem aplicada para entendermos o pensamento dos entrevistados, que imagino que pode ser algo assim: "Se essa aí for estuprada, depois não venha reclamar. Quem mandou usar essas roupas."
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