Também sem pretender polemizar, nem mesmo um pouco:
Fiz um paralelo com talheres, vou fazer outro, com violões. Estudo violão há 20 anos, e o faço por meu prazer. Me agrada mais a música do período compreendido entre 1500 e 1650, então me dedico a ela. Há a turma da bossa nova, do samba-canção, do choro, etc, etc. Tenho grande prazer em aprender a tocar peças novas. Não toco para ninguém ouvir, afora o meu professor e uns 3 ou 4 aficionados que me são mais próximos, e isto esporadicamente. Tenho 2 violões feitos por encomenda, bem melhores do que aqueles feitos em série, mas muito aquém dos violões dos grandes concertistas. Se me derem um violão chinês de R$200,00 vai-me faltar qualidade para mostrar o melhor que posso fazer, mas com um Hauser ou Groop, não vou tocar melhor. Já um profissional desdenhará em se apresentar usando um dos meus instrumentos.
Para cada concertista ou violonista digno do titulo há um batalhão de eternos aprendizes como eu.
O mesmo vale em fotografia. Para cada profissional competente ou amador sério, há dúzias de diletantes que vão além do retrato ocasional de aniversário, onde a mera identificação dos fotografados basta.
O cidadão como eu, para quem, como a musica, a fotografia é uma atividade acessória mas importante, a portabilidade do equipo é essencial. Fotografo (e me divirto) pelo menos 5 vezes mais do que um camarada que usa para os seus bichos uma Tamron 150-600 e seu indispensável tripé. Nem nos meus sonhos mais alucinados me imagino publicando fotos em revistas especializadas, mas para o meu prazer cotidiano, há definitivamente um lugar para uma P900.