Olá amigos,
Eu de novo (rsrsrs). Recebi alguns comentários por MP. Alguns concordando, outros nem tanto mas um desses amigos(as) sugeriu que eu fundamentasse minhas opiniões a respeito das regras de composição e dos comentários surgidos por aqui. Talvez assim seria melhor compreendido. Bem...acho que a fotografia
enquanto arte é subjetiva. Não é matemática. Usa elementos físicos/matemáticos a exemplo da óptica/proporção mas depois para por aí. Não é uma ciência exata. Depende do olhar e sensibilidade do fotógrafo e, sobretudo, do gosto do expectador. E o expectador não enxerga números quando está diante de uma imagem. Enfim...(respirando fundo)...vamos lá então. Vou tentar fundamentar ou pelo menos esclarecer alguns pontos. Não tenho o poder da escrita como muitos aqui, portanto peço-lhes desculpas porque meu texto não será tão requintado. Peço-lhes paciência também para ler o texto até o final porque esse vai ser dos grandes (rsrsrs). Como dizia Jack (o estripador), vamos por partes:
Primeiro ponto: Agradeço a simpatia nutrida pelos amigos que fiz aqui do fórum que muito tem me ajudado. Recebi algumas mensagens de companheirismo e compreensão. A recíproca é verdadeira.
Segundo ponto: O caso Ivan. Tomei as dores da nossa colega que ficou magoada com algumas palavras digamos “pesadas” do nosso amigo. Houve o desentendimento. Peço-lhe desculpas pelos exageros de minha parte e pelas palavras mal colocadas mas ainda persisto na minha opinião. Confesso que a discussão me fez pensar sobre algumas coisas e com certeza saberei tirar proveito de algumas situações e abordagens feitas aqui. Não fiquei com raiva do Ivan e não lhe quero nenhum mal também mesmo porque não tenho absolutamente nenhum motivo para isso. Muito pelo contrário. Como já lhe foi dito através de uma MP: sou a favor da boa convivência e prezo pela amizade. Espero que esse atrito seja resolvido por aqui e que possamos continuar nos interagindo. Talvez de uma forma mais harmoniosa daqui para frente. Talvez....
Terceiro ponto: Técnica x prática. O ideal seria andarem juntos, mas eles nem sempre se completam. Muita técnica sem prática só vai lhe servir para palestrar sobre o assunto. Muita prática sem técnica lhe deixará limitado mas ainda é melhor que a primeira situação pois lhe permite agir. A ação é que move o mundo. De nada adianta um estudioso que não consegue ultrapassar o universo das bibliotecas.
O talento. Essa palavra nos remete a pessoas com grande inteligência, habilidosas e com algum tipo de aptidão que os destaca dos demais. Existem os talentosos. Sabemos disso. Sabemos também que só ter talento não basta. Não sou tolo de acreditar que uma pessoa talentosa é a solução de todos os problemas e que sabe fazer tudo sozinho. Sabemos também que talento sem esforço é uma arma sem muita munição. Assim como o talento existe o dom. Coisas parecidas à primeira vista e que são frequentemente confundidas. Não sei se vocês acreditam mas o dom é algo divino sim. É um presente que você ganha. Uma aptidão que você recebe. Totalmente genuína. Uma habilidade natural. Quem tem, realiza as mesmas tarefas que os outros só que com o mínimo de esforço e quando são motivados, eles vão além. No nosso dia a dia deparamos com pessoas assim. Não é tão freqüente mas também não é difícil de encontrar. É o famoso talento nato. Comumente encontrado nas artes, esportes e na música. Áreas onde se exige, na maioria das vezes, uma aptidão para habilidades. O talento é um dom mas o contrário nem sempre é verdadeiro. Talentos podem ser “fabricados”. Quem quer ter um precisa desenvolver. Concordo que é estimulante sentir que seu trabalho foi realizado através de seu esforço mas voces também haverão de concordar que existem pessoas que conseguem realizar o mesmo trabalho com o mínimo esforço e quando essas pessoas procuram se desenvolver e se aperfeiçoar acabam se tornando praticamente imbatíveis na sua área. São os chamados gênios. Não é meu caso e acredito que não seja o da maioria das pessoas aqui. Não subestimo quem aposta na teoria mas defendo fortemente quem tem iniciativa e criatividade. Pois só a ação gera realizações. Sem ela o talento não aflora. É nesse ponto que eu acho que estão grandes divergências. Pelo menos a minha e a do Ivan. As pessoas talentosas não ficam presas às regras e convenções. Criar soluções e ter iniciativa é abrir novas portas. Conhecer as regras mas saber que elas não são garantias e muito menos imutáveis. A verdadeira preguiça está no fato de você acomodar-se a velhos padrões preestabelecidos e deixar de ousar um pouco mais. O talento que não ousa está desperdiçando suas habilidades assim como pessoas pouco talentosas podem ser vencedores se não ficarem esperando uma oportunidade. O melhor é criar. Posso ter passado uma imagem errônea mas sou extremamente à favor do aprendizado. Acho até que as pessoas que se julgam talentosas têm um sério problema: adoram aprender mas não gostam que ensinem. Além disso, a humildade está na hora de aprender e ensinar. A chave de tudo é saber aliar talento e ação, teoria e prática. Criar nosso próprio enredo e porque não, às vezes, nossas próprias regras.
Quarto (e último) ponto: Regras de composição. Como já disse, não tenho nenhum estudo didático na área da fotografia mas já fiz alguns cursos de desenho e tento aproveitar alguns fundamentos e teorias relacionados a planos, linhas, perspectivas, cores, sombras, proporções e etc quando vou clicar. Considero-me um entusiasta que gosta das coisas bem feitas mas reconheço as minhas limitações nessa área. Tento aprender o que posso e o que pode me ser útil. O Ivan citou, por exemplo, regras de composição como a razão áurea. Estudei na engenharia a seqüência de Fibonacci (entre outras) e conheço a importância das simetrias, do pentagrama, da proporção áurea, enfim, do famoso número phi que segundo os matemáticos, regem as leis da simetria e proporcionalidade sendo encontrado nas mais variadas formas da Natureza e muito empregado nas artes como forma de composição harmoniosa. Chamada de Proporção Divina por Da Vinci, foi usado em muitas de suas obras e estudos no ramo da medicina e engenharia também. Ivan, assim como você, eu também gosto de embasamentos e técnicas. Afinal não nego a raça como engenheiro. As regras e normas exatas me acompanham o tempo todo. Porém também gosto de fugir delas em muitos momentos. Eu creio muito na criatividade, no autodidatismo e em formas alternativas de conhecimento. Também acredito que desvirtuar das regras não é abandoná-las e sim transcendê-las. Caso contrário, ficaremos escravos de seqüências, proporções e simetrias. O próprio Da Vinci foi um visionário ao seu tempo. Foi principalmente através de experimentos, erros e acertos que ele deixou um legado de muitas contribuições para as outras gerações. Devemos explorar a técnica. Devemos explorar as proporções e simetrias mas não devemos deixar de explorar também o "equilíbrio" assimétrico que muitas vezes é mais interessante que a perfeição.
Vou terminar esse testamento (rsrsrsrsrs) com uma frase já conhecida por muitos:
"A composição deve ser uma de nossas preocupações constantes, até nos encontrarmos prestes a tirar uma fotografia; e então, devemos ceder lugar à sensibilidade..." (Henri Cartier-Bresson)
ABRAÇOS E OBRIGADO PELA PACIÊNCIA DE TODOS
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