Rod,
Coloquei em 18mm , f/3.5 e a velocidade pra minha surpresa indicou que tinha q ser baixa.. exemplo: 2 .. não entendi ! Pelo que li, teria q ser nessa abertura uma velocidade maior pra poder entrar mais luz né ?Quanto MAIOR a velocidade MENOS luz sensibiliza o sensor. Por exemplo, uma velocidade de 2s é menor que uma velocidade de 1/15s. Neste caso, 2s gera um TEMPO DE EXPOSIÇÃO MAIOR do que 1/15s.
O Rogério explicou bem, pois dependendo da condição de luz, mesmo com grandes aberturas (No. f MENOR) ainda se faz necessário velocidades BAIXAS para se obter um TEMPO DE EXPOSIÇÃO MAIOR e consequentemente deixar com que a luz sensibilize por mais tempo a mídia.
Assim, costuma-se compensar no ISO, aumentando para que se possa utilizar velocidades MAIORES e não tremer.
No exemplo de sua foto, se a cam indicou 2s de velocidade seria necessário mesmo o tripé, ou aumento de ISO. Como você disse ter aumentado e não adiantado, pergunto: Qual ISO você utilizou?
Quanto à fotometria, vale citar mais uma vez o ótimo texto do amigo e forista Ivan de Almeida que dá uma boa introdução ao estudo da fotometria que é fundamento essencial para fotografar corretamente.
Fotometria, Fernando, é o ato de medir a luz de um contexto com o objetivo de relacioná-la com a sensibilidade do filme ou do CCD através de regulagens de velocidade e abertura da câmera.
Alguns conceitos são importantes para se entender a fotometria. O primeiro deles é que há uma ajuste de sensibilidade esperada para uma luz referencial em todos os filmes e CCDs, exceto para os filmes Infrared ou coisa assim. Esse ajuste referencial é o chamado cinza 18%, o qual seria, grosso modo, a média esperada de reflexão dos objetos em um contexto ao ar livre. Em relação a este cinza 18% é que as sensibilidades são atribuídas.
Quando você deixa sua cãmera no automático, ela mede a média da luminosidade do quadro e seu software supõe que esta média representa o cinza 18% (é claro que pode representar ou não), e regula-se em função disso.
Nos contextos normais de iluminação isso dá certo, porém nos clássicos exemplos de objeto branco sobre fundo preto, objeto preto sobre fundo preto, objeto branco sobre fundo branco, objeto preto sobre fundo branco, o fotômetro supõe que algo seja o cinza 18% e esse algo não é absolutamente o cinza 18%. Por isso fotografar em praias, na neve ou no escuro exige outro tipo de fotometria.
Quando você, em função da medição, regula a câmera, velocidade e abertura, está na realidade fixando um EV ou Valor de Exposição, isto é, uma quantidade de luz, ou de fótons que entrará na câmera e sensibilizará o filme. O mesmo valor de exposição pode ser obtido com regulagens distintas de velocidade e abertura, desde que ao se diminuir a velocidade se reduza a abertura. Assim, a quantidade de luz permanece a mesma com uma velocidade baixa e diafragma fechado, ou com velocidade alta e diafragma aberto, mas, naturalmente, não é o mesmo resultado fotográfico o que se obtém -mas isso é outra explicação.
Voltando ao ponto, se o automático da câmera faz isso, você fará exatamente a mesma coisa no modo Manual se aceitar a fotometria da cãmera no meio certinho do fotômetro (se ele for de ponteirinho ou de barrinha). Se você aceitar a fotometria indicada, na verdade estará fazendo o papel de automático, somente que escolhendo a abertura e a velocidade. Isso também ocorre nos modos automáticos chamados Prioridade de Abertura e Prioridade de Velocidade (são modos automáticos porque embora seja você que escolha um dos parãmetros, a fotometria é feita pela cãmera).
Porém a boa fotometria não é essa, e sim a fotometria intepretativa. Você tem certa intenção ao fotografar, e regulará a cãmera não para uma exposição equivalente à automática, mas para uma exposição mais escura ou mais clara dependendo da intenção. Por exemplo: se você tiver um ratinho branco sobre fundo preto e fizer a leitura pela média, ao disparar o preto se tornará cinza claro, perto dos 18%, e o branco se tornará estourado. É preciso interpretar. Normalmente se faz isso usando a fotometria pontual e fotometrando o rato branco. Aí a câmera cometerá outro erro: pensará que o branco do ratinho é o cinza 18%. Para ficar certinho ou voc~e dará uma compensada nesse engano ou então tem na sua mochila um cartão 18% para dservir de referência, e ao invés de fotometrar o rato branco ou o fundo preto fotometrará pontualmente o cartão cinza. Se fizer isso sua foto sairá certa, o rato branco, o fundo preto.
Mas muitas vezes não temos nem o cartão nem um fotômetro pontual. O que fazer? Pois bem, isso acontece comigo muitas vezes quando fotografo com minha Kiev rangefinder, que tem fotômetro externo e medindo a luz ambiental. O que eu faço?
Pois bem, o tal cinza 18% corresponde mais ou menos à luminosidade refletida pela grama clara, ou pelo capim, ou por qualquer vegetação clara disponível. Então eu chego minha câmera perto da grama, viro o fotômetro para ela sem fazer sombra e meço a luz. E se não tiver grama? Então faço a mesma coisa com a palma da minha mão, garantindo que a palma esteja recebendo a mesma luz do ambiente que quero fotografar (sem sombra), e depois diminuo 1 ponto ou pouco menos a exposição. Parece tosco, mas sempre dá certo. Algumas vezes, quando há partes no sol e partes na sombra, faço duas medições, vejo qual é mais importante para mim e regulo em função da mais importante, mas um pouco para o lado da outra.
O que quero mostrar com isso é que não existe fotometria certa, mas sim fotometria em função do que você quer conseguir. Algumas câmeras, como as Canons compactas, mostram no LCD uma imagem e funcionam na base do "what you see is what you get". Aí é fácil conseguir interpretar. Basta colocar a fotometria em modo spot e ir passeando o centro da lente pelo quadro, observando a mudança das cores e tons da imagem até ela ficar a gosto.
Deu para entender?
Abs