Marcelo quando a Sony comprou a Minolta a Minolta tinha menos de 2% do mercado (era a quinta marca em share) e estava em decadência já fazia cerca de 4 anos, por isso que a Minolta vendeu sua divisão de fotografia, simplesmente porque ela estava morrendo, não havia mais share.
O principal ativo que a Sony comprou não foi fatia de mercado foi know-how. A conquista de mercado é um trabalho da Sony, com crescimento médio de 30% ao ano (só em 2008 eles quase triplicaram as vendas e praticamente dobraram a participação de mercado em relação ao ano anterior, pulando de 8% para 15% do mercado mundial). Isso é dado público, faz 3 anos que a Sony é a marca de DSLR que mais cresce (com números muito acima dos crescimento da segunda colocada que é a Nikon). Estes ganhos são TODOS da era Sony, porque na era minolta só houve decadência e perdas de mercado, a Sony é que detem todo o mérito desta conquista, pois até então o que vinha acontecendo é exatamente o contrário, mostrando que isso não tem nada a ver com a Minolta. Qualquer administrador com o mínimo de senso sabe que estes níveis de crescimento são invejáveis, ainda mais partindo-se da condição em que partiram quando a Sony assimiu o mount Alpha (que era pior do que partir do zero, uma vez que quando a minolta foi comprada ela estava com uma imagem muito negativa no mercado).
Se os poucos Minolteiros ainda deixaram de usar, como você diz, eu não sei, não tenho dados para fazer tais afirmações, mas caso isso tenha ocorrido é ainda mais mérito para a Sony, porque recuperou uma marca que estava muito mal, mesmo sem o pouco share que ainda restava. A imagem da Minolta estava tão em baixa que a Sony desprezou completamente a marca e partiu do zero, sem nunca usar o nome Minolta em suas campanhas de MKT.
Marcelo a Sony não depende da Sharp. Na boa, está faltando base em administração para esta discussão, não dá para discutir força competitiva se você não entende as diferenças entre relação comercial e dependência.
A Sony tem uma série de opções de quem comprar LCDs, ela compra da Sharp da mesma forma que poderia comprar de qualquer uma outra empresa, ela pode inclusive produzir em plantas próprias (isso mesmo a Sony produz LCD de altíssima qualidade). Uma relação comercial pode ter alto poder de barganha do fornecedor, alto poder de barganha do cliente ou um equilíbrio de forças. Entre Sharp e Sony existe equilíbrio de forças, pois não há nenhuma questão que direcione a força compeitiva para um dos lados. A relação entre Sony/Nikon não tem nada a ver com a relação Sony/Sharp. A relação Sony Nikon tem um claro desvio de forças para o lado da Sony, uma vez que a Nikon não possui alternativas viáveis para substituir o produto da Sony e também não corresponde a um cliente relevante (que poderia equilibrar estas forças), é por isso que a Sony pode cobrar alto e impor restrições e mesmo assim a Nikon não muda de fornecedor. Outras marcas menores mudaram o rumo porque tinham menos a perder do que a Nikon e com isso conseguiram certa autonomia. A Canon foi a primeira (pois tinha alternativas e hoje tem tirado até os sensores de compactas das mãos da Sony), mas Pentax, Oly e ouras também buscaram alternativas viáveis, que a Nikon infelizmente demorou a buscar e por isso ela tem hoje os maiores custos do mercado. Se isso é ruim? Depende de como você lida com o problema. A Nikon tenta agregar valor com coisas pequenas (muitas delas feitas no próprio software) para compensar os elevados custos decorrentes de seu baixo poder de barganha.
O caso Sony/Tamron também é diferente, o poder de barganha era equilibrado, pois a Sony realmente tinha precisava da Tamron quando comprou a Minolta, pois o projeto ótico de suas lentes, assim como a produção, dependiam em parte significativa da Tamron, mas ela tinha o poder do porte, que equilibrava as relações de forças, mesmo porque ela era o maior cliente da Tamron e tinha bala na agulha para comprar a Tamron. Tanto que na primeira tentativa que a Tamron teve de se impor a Sony resolveu isso de forma relativamente simples (em termos estratégicos), que é comprando o fornecedor que possui importância estratégica (Hoje a Sony é a controladora da Tamron), ou seja, havia certo poder da Tamron, mas o poder da Sony ainda era maior neste caso.