Eu concordo com o Kokimoto. Não faz sentido usar palafras estrangeiras em situações em que não são necessárias. Mas isso sempre aconteceu, porque um modo de se diferenciar, de mostrar mais conhecimento, mais cultura, é usar outro idioma da moda. E o idioma da moda muda de acordo com a época, o contexto, a classe social, a idade etc.
Por volta do século 19 usava-se muitas palavras em francês no Brasil, porque a França era um dos centros da cultura e do pensamento ocidental. Na filosofia usam-se muitos termos em alemão, pois os conceitos que esses termos expressam foram criados por pensadores germânicos.
Por que o direito tem tantas expressões em latim? Porque assim passa uma a aura de inacessível aos pobres mortais.
Quando uma pessoa diz "Peguei um job/tenho que entregar um paper/não saio de casa sem uma make", no fundo ela já está dizendo "Olhem como sou antenada, estou por dentro das tendências mundiais".
Algumas vezes os termos que entram em circulação por eio dos "antenados" acaba se difundindo até serem assimilados pela língua (e aí os hipsters vão buscar termos novos, menos mainstream).
Hoje me causa muita estranheza alguém que diz que tem um paper para entregar ou precisa de um feedback. Deletar já soa mais comum, se usado no âmbito da informática (mas já tem muita gente que usa de uma forma mais geral), e algumas palavras já usamos sem sequer nos darmos conta de sua origem estrangeira, nem percebemos se não for grafada em itálico, como freelance.
Claro que essa percepção é muito pessoal, como já disse depende do contexto de cada pessoa, do ambiente em que vive etc.
Aliás, mesmo o etc é estrangeirismo, e certamente os primeiros a usar essa expressão, no lugar de "e outros", estavam buscando demonstrar um domínio do latim. Coisas do ser humano...